"O Sheik" 10 (ultimo)


CAPÍTULO DEZ 

Joe acordou em sobressalto depois de ter passado a noite no sofá e descobriu que Demi não estava em casa. A primeira coi­sa que lhe veio a mente foi que ela devia ter ido embora, sem deixar nenhum bilhete com seu paradeiro. Movido por uma ce­gueira irracional, correu até o quarto e ficou aliviado em ver que as coisas dela ainda estavam no armário.

Ligou para a Cyrusssa, mas soube que não a tinham visto e não esperavam por isso. Por último, ligou para o consultó­rio do médico e foi informado que Demi só voltaria no mês seguinte.

Sentado à mesma do escritório, deu asas à imaginação, vislumbrando-a procurando um lugar para morar, enquanto ele ficava sozinho. Talvez o orgulho excessivo o fizesse perder a pessoa mais importante de sua vida.

No dia anterior, tivera a oportunidade de esclarecer tudo, mas se deixou levar pelo desejo incontestável. E acabou fugin­do antes de dizer a ela o quanto era importante.

No entanto, lembrou-se também da outra noite, quando ela havia confessado que não precisava de amor e, para coroar, tinha dito que não queria mais intimidades durante o último confronto.

Chegou a pensar que ela também estivesse amedrontada.

Lembrou-se de quando ela tinha dito sobre o pavor de ter a vida controlada por alguém.

E pensar que ela comandava todos seus movimentos, pen­samentos e, além de tudo, tinha vencido todas as muralhas que protegiam seu coração e se instalado ali como uma rai­nha. Já não podia negar que seus sentimentos por ela iam muito além de uma simples amizade. Sentimentos que garan­tiam que ele não deixaria de lutar pelo casamento. Se pudesse convencê-la de que respeitava sua individualidade, indepen­dência e tudo o mais como mulher, amante e amiga, teria provado seu amor.

Se tivesse mais tempo, podia elaborar melhor o modo como a abordaria. Mas não podia se dar a esse luxo, pois tinha duas reuniões importantes em menos de uma hora.

Mas, afinal, o que era mais importante, os negócios ou a esposa?

A esposa.

Se fosse há alguns meses, jamais teria considerado alterar sua agenda por uma pessoa, a menos que fosse uma emergência extrema. Admitir o amor que sentia por Demi o fez perceber como sua vida tinha sido vazia até então.

Se bem que seu dilema atual, encontrar uma maneira de provar seu amor a Demi, podia ser classificado como uma emergência. Decidiu, então, que cancelaria todas as reuniões. Encontraria um meio de demonstrar a ela o Quanto a amava, mesmo que levasse o dia todo para tanto. Ou melhor, mesmo que levasse o restante de sua vida. Mesmo que fosse forçado a devolver a liberdade a ela.



Demi voltou do supermercado no meio da tarde com os bra­ços repletos de compras e o coração temeroso. Tinha saído cedo, antes de Joe acordar, antes que tivesse de encará-lo. Ain­da não estava pronta para isso.

Depois de colocar a carne no fogão, subiu para verificar se ele não estava em casa, apesar de já ter visto que o carro não es­tava na garagem. Bateu na porta do escritório e a abriu quando não foi atendida, mas não havia ninguém. Ao descer as escadas, notou que a porta do quarto de visitas, no final do corredor, estava aberta. Estranhou porque aquele cômodo em particular permanecia sempre fechado, aguardando a reforma.

Não, claro que Joe não estaria escondido ali. Apressada, ela desceu o restante das escadas e seguiu até o hall para investigar.

Ele não estava ali de fato, mas havia uma cama de casal feita de pinho, uma cômoda e uma colcha de casal. Seu coração ficou pequenininho quando se deu conta de que Joe cumprira o que dissera. Ele havia providenciado um lugar para dormir, uma cama sem lugar para ela. Ora, mas não havia sido isso que ela mesma tinha pedido? Sim, mas ele não precisava ter atendido. O lugar dele era ao seu lado na mesma cama, na cama de ambos, e se o que havia planejado com Miley desse certo, aquilo aconteceria naturalmente.

Pensando nisso, correu pela sala em direção à sala, onde havia um pedreiro arrumando o teto. Olhou para cima e não percebeu a mobília fora do lugar. Em uma fração de segun­do de distração, tropeçou num pedaço de pano, esquecido no chão, e caiu de joelhos. Sentindo uma dor aguda no pé, sentou-se e gemeu baixinho, mais de medo do que de dor. Fe­chando os olhos com força, colocou a mão no ventre e rezou para que o tombo não tivesse afetado o bebê. Pelo menos não tinha caído sobre a barriga. Quando tentou se levantar, sentiu uma mão sobre o ombro. Reabriu os olhos e viu o pedreiro, um senhor gentil de cabelo branco, dono de um sorriso que a lembrava do pai.

— Está tudo bem? — perguntou ele.

— Acho que sim. Estou preocupada por estar grávida.

— Ah, isso não é nada bom — disse ele, balançando a cabeça.

— Melhor eu levá-la para alguém examiná-la.

— Acho que tem razão. Devo ir para o hospital. Há um ímã na geladeira preso a um papel com o número de “Daniel e Phoebe”. Por favor, chame-os e eles me levarão.

— Tem certeza? Podemos ir com o meu carro.

Demi não gostou da ideia de entrar no carro de um des­conhecido, apesar da aparência tão amigável. Por outro lado, queria ter certeza de que o bebê estava bem.

— Obrigada, mas meu primo e a esposa podem tomar conta de mim.

— Ok. Se prefere assim...

O senhor seguiu em direção à cozinha, enquanto Demi re­zava para que Phoebe e Daniel estivessem em casa, que não tivessem viajado em uma segunda lua de mel, conforme o pla­nejado. Suas preces foram ouvidas e o pedreiro voltou com a notícia de que Phoebe estava a caminho.

Demi sabia que devia ter ligado para Joe no celular, que provavelmente estava desligado, como sempre que ele estava em reunião. Não queria deixar recado na caixa postal dizendo que estava a caminho do hospital e assustá-lo. Era melhor ligar depois que soubesse que não tinha quebrado nada e que o bebê estava bem. E precisava muito dele agora, queria ser confortada e ouvir que tudo ficaria bem. Mas, na certa, ele ainda estivesse bravo, portanto teria de contar consigo mesma.



Joe chegou em casa sem saber muito o que esperar. Daniel tinha deixado um recado em seu celular contando que Demi tinha machucado o tornozelo, mas estava melhor depois de pas­sar pelo pronto-socorro.

Seria melhor acreditar que era verdade, apesar de duvidar que Daniel revelaria algo mais sério em um recado.

Entrou feito um tufão na sala e encontrou Daniel sentado no sofá.

— Onde ela está?

— Calma, Joe. Ela está no quarto com Phoebe e está tudo bem.

Joe apertou a sacola de papel que tinha na mão, resistindo à vontade de rasgá-la de raiva e frustração.

— Por que ela não me ligou?

— Você terá de perguntar a ela — Daniel respondeu, enfiando as mãos nos bolsos. — Acredito que ela não queria preocupá-lo, ou temia sua reação. Acho que ela tinha razão, a julgar pela maneira como você entrou aqui.

— Ora, mas é claro que estou preocupado. Ela é minha es­posa e está grávida de um filho meu. Ela é tudo... — Para mim.

— Pelo jeito, esse casamento arranjado teve uma reviravolta surpreendente — comentou Daniel, encarando o amigo e se­guindo até o sofá. — Parece que o sheik finalmente encontrou seu par.

Joe não gostou da agulhada do amigo, mesmo reconhe­cendo a veracidade daquelas palavras. Sim, tinha encontrado sua alma gêmea, a parceira ideal. Restava apenas convencê-la disso.

Phoebe entrou na sala trazendo uma bandeja com meio copo de leite.

— Tive a impressão de que havia uma tempestade aqui em­baixo por causa das portas batendo.

— Não foi uma trovoada, apenas um sheik buscando sua es­posa — disse Daniel, com um sorriso.

Phoebe inclinou a cabeça na direção da suíte máster.

— Ela está deitada. Acho que vai gostar de ter companhia.

Mas será que sua companhia seria bem-vinda? Joe decidiu que, Demi querendo ou não, entraria no quarto.

— Ela está bem? E o bebê...?

— Ambos estão ótimos — garantiu Phoebe. — Foi apenas uma torção no tornozelo, não quebrou nada e também não houve qualquer dano maior. Ela está acordada e inquieta, querendo levantar para terminar o jantar que preparava para você, mas eu não permiti.

Jantar? Será que era uma refeição de despedida?

— Fico feliz em saber que não foi nada grave e agradeço a vocês dois por atendê-la.

— Sem problemas — disse Daniel.

Phoebe dirigia-se para a cozinha, quando parou e olhou para Joe.

— Posso fazer um prato para você se quiser. Demi fez um rosbife muito bom.

A última coisa que Joe queria era comida. Precisava ver Demi.

— Não é preciso. Fiquem à vontade, ou, se preferirem, po­dem ir para casa. Eu cuido dela daqui em diante.

— Disso não tenho dúvida alguma — disse Daniel, com um soítíso maroto. — Não esqueça que Demi está com o tornozelo torcido, portanto necessita que seja “cuidada” com cautela.

— Comporte-se, Daniel — Phoebe chamou a atenção do marido. — Vou colocar essa louça na cozinha, depois vamos embora.

Joe agradeceu aos céus pelo bom senso de Phoebe.

— Estou em débito com vocês.

— Pode ter certeza de que encontrarei um jeito de rece­ber. — Daniel estendeu a mão para Joe. — Tenho estudado os mercados...

— Você é incorrigível, Daniel Cyrus — Phoebe comentou rindo enquanto seguia até a cozinha.

— E você me ama por isso — Daniel gritou para a esposa.

— Vocês não se importam em sair sozinhos, não é? Quero ver Demi logo.

Joe sempre fora um excelente anfitrião, ainda mais depois de receber uma ajuda tão valiosa, mas mal podia esperar para estar ao lado de Demi.

— Não se preocupe, acho que ela está tão ansiosa quanto você — disse Daniel.

Se ao menos isso fosse verdade, pensou Joe enquanto cami­nhava até a suíte máster.

Parou diante da porta para ordenar os pensamentos e ganhar coragem.

Talvez o acidente tivesse servido para ganhar mais tempo, apesar de não ter nenhuma vontade de que ela estivesse com dor ou sentisse o menor desconforto. Mas o lado bom era que ela não iria embora enquanto não pudesse andar.

Ao abrir a porta devagar, viu Demi reclinada em um traves­seiro com uma almofada sobre o pé enfaixado.

Demi o fitou com olhos brilhantes de surpresa, de alegria até. Mas Joe pensou que talvez estivesse enxergando o que tanto sonhara, e não a realidade. Colocou o saco de papel na cômoda e se aproximou da cama, parando para examinar o tor­nozelo ferido.

— Isso está causando muito desconforto?

— Só um pouco — respondeu ela. — Ainda bem que não foi pior. Tive medo de...

Quando lágrimas lhes escaparam dos olhos, Joe sentou-se ao lado dela na cama. Queria muito abraçá-la e garantir que estava tudo bem, mas não faria nada que ela não desejasse. As­sim, segurou a mão dela, entrelaçando os dedos.

— Lamento não estar aqui na hora, Demi. Sinto também por ter achado que não pudesse me telefonar.

Com a mão livre, ela enxugou os olhos molhados.

— Não foi nada disso. Eu não quis que se preocupasse, e ia ligar quando estivesse tudo bem. Foi por isso que Daniel dei­xou um recado para você da sala do pronto-socorro depois que fui examinada.

— Então está tudo bem mesmo?

Joe precisava ouvir a confirmação dos lábios dela, apesar das garantias dadas por Daniel e Phoebe.

— Estou bem, e nosso bebê também.

— Você decidiu partir antes de ele nascer?

Demi o encarou confusa, sem entender a razão da pergunta descabida tão de repente.

— Partir?

— Quando acordei hoje cedo e não a encontrei, presumi que tivesse saído para procurar um lugar para morar.

— Não foi nada disso, Joe. Fui fazer compras. Eu queria fa­zer um belo jantar e depois conversar com você. Só conversar mesmo. Há uma coisa que preciso dizer.

Joe sentiu uma onda de alívio momentâneo, seguida de um nó no peito, imaginando que ela fosse dizer o que não gostaria de ouvir.

— Eu também preciso confessar uma coisa.

— Está bem.

Demi apertou a mão dele, apreensiva.

— E melhor você falar primeiro.

— Não, prefiro que seja você.

— Está bem, como quiser. — Antes, porém, ele ergueu a mão dela até os lábios e beijou suavemente. — Essa conversa é tal­vez a mais difícil que já tive em minha vida, por isso peço um pouco de paciência.

— Estou ouvindo.

Joe se sentou melhor na cama para observá-la em detalhes quando fizesse a confissão.

— Durante anos, julguei que minha vida estava boa. Eu tinha um negócio, amigos, liberdade e meu título. Mas não possuía o mais importante para me sentir vivo, até você entrar em minha vida. — Joe a tocou no rosto, raptando uma lágrima solitária. — Você era tudo o que eu mais temia encontrar, uma mulher capaz de derrubar as muralhas que eu tinha construído para me prote­ger das emoções que não sabia como lidar. Encarei isso como uma fraqueza minha ao mesmo tempo em que vi em você uma força que me fascinou. — Ele fez uma pausa antes de pronunciar palavras que julgou que nunca mais sairiam de seus lábios. — Você me perguntou sobre meus sonhos e desejos. Bem, você é a representação viva de tudo isso, Demi. Você me tomou um homem inteiro de novo.

Demi soluçou baixinho, liberando as lágrimas para encharcar-lhe o rosto, partindo o coração de Joe.

— Ah, meu Deus. — Ele soltou a mão dela com a certeza de que seria forçado a deixá-la partir. — Desculpe se estou lhe cau­sando mais dor, mas estou abrindo o coração. Saberei respeitar se você decidir seguir os termos do nosso acordo nupcial. Não vou impedi-la de ir embora. Prefiro passar a vida sozinho a ficar com alguém que não esteja presente de corpo e alma, mes­mo que eu a ame mais do que tudo na vida.

Soluçando, Demi levou a mão dele ao rosto.

— Você está muito errado, Joe. Não estou com dor alguma e não pretendo ir a lugar nenhum.

— Não estou entendendo — disse ele, franzindo a testa.

— E muito simples. Agi como você, fechando meu coração com medo de perder o controle da minha vida. Mas a verdade é que ao seu lado sinto que minha vida tem sentido. Eu o amo também.

Joe teve a sensação de estar recebendo a chave para o céu, tamanha leveza de seu coração.

— É mesmo?

— Sim, e provavelmente o amei desde o momento em que o vi sentado nu naquela suíte de hotel. Ou talvez antes até, quando você me beijou pela primeira vez. Tive medo até de confessar isso para mim mesma.

Joe a beijou, encontrando lábios quentes e convidativos a sua espera.

— Acho que vivemos até agora tolhidos pelo orgulho.

Demi o enlaçou pelo pescoço, puxando-o para mais perto.

— Acredito que sim, mas está na hora de reverter isso.

— Eu também acho.

Joe não perdeu mais tempo com palavras e a beijou com a intensidade do amor que ameaçava explodir seu coração. Precisou refrear a vontade de dominá-la em consideração ao pé machucado e aos presentes que queria dar, antes de faze­rem amor.

Afastando-se, anunciou:

— Tenho uma coisa para você. E um presente especial. Três, na verdade.

— Depois de ter me dado um bebê e um futuro, duvido que possa existir algo a mais.

— Deixe-me tentar ao menos.

Joe ficou em pé, seguiu até a cômoda e pegou o saco de papel. Quando se virou, Demi o olhou curiosa.

— Você me trouxe um pãozinho? Eu estava mesmo com von­tade de comer um.

Joe puxou um vidro do pacote.

— Azeitonas. Mas percebo que seus desejos mudaram sem eu saber.

Demi começou a rir.

— Nada disso, apenas acrescentei mais uma coisa. Quero as azeitonas e o pãozinho.

— Bem, terei de ir comprar o pão mais tarde — disse ele, co­locando o jarro numa mesa de canto e tirando uma chave do bolso. — Isso também é seu.

— Você comprou outra casa? — perguntou ela, levantando a chave.

— Uma casa não, mas um prédio comercial pequeno perto da Cyrusssa.

— Ainda não entendi. Por que eu iria me interessar por um prédio?

Joe voltou a se sentar na beira da cama.

— Você irá precisar de apenas parte do prédio, o resto você pode alugar. Acho que o primeiro andar é o ideal para montar um escritório de decoração. Se você não gostar, posso vender e procurar outro de seu agrado.

Demi ficou boquiaberta e com os olhos arregalados.

— Você comprou um escritório para mim?!

— Isso mesmo. Agora você tem de continuar com o projeto. Se permitir, posso tomar conta dos aspectos financeiros.

— Claro que sim. Sou péssima em matemática. Mas acho que não devo começar nada antes de o bebê nascer, ou esperá-lo crescer um pouco...

— Você terá muito espaço. Um dos cômodos pode ser conver­tido num quarto de bebê, assim você o terá por perto o tempo todo. Se quiser, podemos contratar uma estudante em regime de au pair, mas tem de ser uma moça. Não consigo imaginar minha mulher passando muito tempo com um criado.

Demi o puxou para um abraço apertado antes de dizer:

— Não preciso de outro homem que não seja você.

Joe se levantou de novo, colocou a mão no bolso e tirou a última compra que fizera.

— Deixei o presente mais importante para o fim. Isso é para provar que serei sempre seu.

Dito isso, ele colocou uma aliança de ouro na mão dela como tinha feito com a chave.

— Joe, não tenho certeza, mas acho que é muito grande. Além do mais, já ganhei um anel lindo.

— Essa aliança é minha, Demi. Isso é um símbolo que nosso casamento é real em todos os sentidos. Se você quiser o mes­mo, claro.

— Isso é tudo com que sonhei. — Mais uma vez, as lá­grimas correram soltas dos olhos de Demi, que tomou a mão esquerda dele e colocou o anel. Depois, olhou para ele com olhos límpidos que expressavam todo o amor que ha­via guardado. — Isso significa muito para mim. O que mais posso querer?

— Nada.

Demi inclinou a cabeça na direção do diário que mantinha sobre a mesinha de cabeceira.

— Levei anos para saber quem eram meus pais verdadeiros. Não deixe que o mesmo aconteça com nosso filho. Perdoe seu pai e peça para que ele faça parte da vida do nosso bebê, das nossas vidas.

Aquilo era pedir demais, mas por Demi ele estava disposto a deixar o passado de lado.

— Prometo que a primeira coisa que farei amanhã cedo será ligar para o meu pai, mas não tenho garantia alguma de que ele queira falar comigo.

— Joe, Miley me disse um dia desses que as pessoas mudam, e acho que ela está certa — disse Demi, puxando-o para se sen­tar novamente.

Os dois podiam se considerar provas vivas daquilo.

— O seu amor me mudou muito, e para melhor. Isso me lem­bra de mais uma coisa inacabada — disse ela, abrindo as gavetas da mesinha de cabeceira e tirando uma pasta. — Aqui está.

Ele abriu a pasta e tirou o acordo pré-nupcial que haviam assinado.

— O que quer que eu faça com isso?

— Quero picar em pedacinhos minúsculos.

— Eu não teria tido ideia melhor.

No entanto, antes que ele começasse a rasgar, Demi o impediu:

— Espere!

— Mudou de ideia?

— Não — ela respondeu, saindo da cama. — Quero jogar os pedaços de papel e observá-los voando para longe e caindo no mar.

— Você não pode andar com esse tornozelo.

— Sei disso — afirmou ela, sorrindo. — Você terá de me levar no colo.

— Com o máximo prazer.

Depois de dobrar e enfiar o documento no bolso, Joe a le­vantou e levou-a para a varanda.

Quando a colocou sentada no peitoril do muro, ela pediu:

— Segure-me, por favor. A última coisa de que preciso é cair de novo.

Joe sorriu, lembrando que ele mesmo já tinha caído. Tom­bara de amores e jamais se arrependeria por isso. Assim, abra­çou-a e beijou-a com carinho.

— Fique tranquila que nunca vou me separar de você.

— E nem eu permitira tal coisa. Estamos grudados agora.

Dito isso, ela puxou o papel do bolso dele e picou em mi­núsculos pedacinhos, jogando-os por cima do ombro do mesmo jeito que sua mãe costumava jogar sal para trás antes de tomar um drinque. Era para dar sorte, segundo ela. Mas quem preci­sava de sorte tendo o amor como companhia?

— Sabe o que eu mais quero agora? — perguntou ela, depois de bater as mãos e apoiá-las nos ombros largos de Joe.

— Um banho.

— Nada disso — respondeu ela, sorrindo.

Em seguida, abriu o roupão e esticou os braços para cima, como se tivesse asas, permitindo que a brisa do mar lhe acari­ciasse a pele nua. Riu alto ao sentir que o vento levava todos os seus medos para longe.

— Isso não é justo — disse Joe, com o rosto transfigurado pelo desejo. — Minhas mãos estão ocupadas.

— Você bem sabe que não precisa delas — disse ela, sentin­do-se totalmente livre e desinibida.

— Uma observação astuta — respondeu ele, beijando o vão entre os seios fartos, mas, antes de prosseguir com a carícia alucinante, ergueu a cabeça para fitá-la. — Você sabe como isso vai acabar. E visto que está machucada...

— Estou me sentindo ótima, pare de se preocupar. — Demi emoldurou o rosto dele com as mãos. — Joe, quero fazer amor com você ciente de que estamos tomados pelo verdadeiro sen­timento — disse ela, enquanto lhe beijava o rosto todo. — Além disso, acho que um homem criativo como você pode dar um jeito no meu pé. Afinal de contas, foi você mesmo que disse que há muitas maneiras de se fazer amor. Quero aprender cada uma delas.

— Terei imenso prazer de demonstrá-las, mas acho melhor entrarmos. Se bem me lembro, ainda não usamos a cama com esse propósito.

— É verdade — disse ela, depois de pensar um pouco. — Na verdade, usamos vários lugares, inclusive o seu escritório. Va­mos voltar lá outra hora. Será que a mesa aguenta nosso peso?

Joe disparou a rir, esbanjando felicidade.

Quando Joe a suspendeu para cima do muro, ela o enlaçou pela cintura com as pernas e com os braços no pescoço. Ao entrarem no quarto, ele a colocou na cama, apoiou o pé machu­cado no travesseiro e tirou-lhe o roupão e a calcinha.

Ela o observou atentamente enquanto se despia, estudan­do cada detalhe daquele corpo másculo como se o visse pela primeira vez. E podia considerar assim, já que seria mesmo a primeira vez que se aMileym de verdade. Estava feliz demais por ter aberto o coração para ele, da mesma forma como ele já havia feito.

Já sem nenhuma peça de roupa, Joe se aproximou da cama e pegou outro travesseiro, posicionando-o sob os quadris de Demi. Antes de prosseguir, ele a fitou e se deixou ficar per­dido nas profundezas daqueles olhos claros. Depois, passou a beijá-la desde o tornozelo machucado, subindo por dentro das coxas afastadas até o triângulo de pelos sedosos.

— Nosso filho é a prova do nosso amor.

— Concordo plenamente — disse ela, entremeando os dedos no cabelo escuro dele.

Com mãos ágeis, ele varreu o corpo feminino inteiro, con­vidando-a a fazer o mesmo. Os dois passaram longos minutos apenas se tocando, acariciando, memorizando os recantos e as saliências mais íntimas como se tivessem parado o tempo a fa­vor dos dois.

Nos olhos de ambos reinava o brilho translúcido que tra­duzia todos os desejos. Nas bocas, a sede insaciável e a fome recorrente. E, nas veias, a profusão de adrenalina. Nenhuma regra moral seria capaz de deter o furacão desgovernado que varria todas as reservas de ambos.

Depois de tê-la feito galgar aos píncaros do prazer, penetrou-a seguidas vezes até alcançá-la a caminho das estrelas. A viagem foi feita com tamanha ternura que Demi sentiu vontade de chorar de emoção.

Quando a primeira lágrima correu-lhe o rosto, ela teve a cer­teza de que jamais enfrentaria a solidão novamente. Tinha o bebê e o homem que tomara possível todos os seus sonhos. O homem que definitivamente se apossara de seu coração.

Quando caíram exaustos, lado a lado, Demi se sentiu co­nectada a Joe, não apenas pela conjunção de corpos, nem pela criança que haviam gerado, mas também pela expressão mais pura do amor.

— Quando sentir falta de qualquer coisa, basta pedir que eu pro­videncio — prometeu ele, apoiando a cabeça nos seios de Demi.

Em resposta, ela pousou a mão dele em seu ventre.

— Você me deu isso. — Em seguida, colocou a mão dele em seu coração. — E isso. O que mais posso querer?

Joe abriu um sorriso perfeito, escancarando a alma antes de beijá-la avidamente.

— Eu sempre amarei você.

Demi sabia que ele estava sendo sincero. Finalmente, con­fiava nela e nele. O pai de seu filho. Seu amor e parceiro de uma vida. Seu marido —, no sentido mais doce e verdadeiro da palavra.

By Karoline Nunes...
Oie queridinhas da titia,bom fim né...Búaaaaaaaaaa
Mais ficou um gostinho de quero mais né então aguardem a titia...quem aqui lembra-se de Sexy Angel a primeira temporada foi Jemi e a segunda foi?????
kkkkkkkkkkkkkkk !!!
Vou sentir saudades de algumas princesas daqui,vocês me acolheram e se tornaram especiais para mim,espero reencontralas na minha próxima fic aqui que admito vai demorar um pouquinho né...
Mais a minha grande família temos um encontro marcado hoje,sinopse de Love Villain está pronta,alias a fic toda está pronta kkkkkkkk,mais estou trabalhando na one short Jemi TCA kkkkkkkkk,tô me vingando do encosto e da pomba gira mal despachada kkkkkkkkkkk....
Jemi com chifre duplo e sambando na cara deles.ui falei demais...
Bom obrigada as que comentaram,as que não comentarão e a toda família "Warrior"!
Beeeeeeeeeeeeeeeijos muito mais muito obrigada por tudo...
Até a próxima coisas lindas da tia.

7 comentários:

  1. O.M.G QUE FINAL FOI ESSE ?????
    QUER ME MATAR EE TANTA EMOÇÃO E ISSO MESMO...MINHA LINDA QUE ARRASO !!!!
    SOBRE SEXY ANGEL,ACREDITA QUE EU TO LENDO ESSA FIC U.U TO NA SEGUNDA TEMPORADA CAPÍTULO 2
    EU NÃO SEI SE TO CERTA ~PORQUE AINDA TO NO COMEÇO DO CAPÍTULO 2 ~ MAIS ACHO QUE O CASAL E NILEY U.U
    EU ADOREI O ÚLTIMO CAPÍTULO DE CORAÇÃO FICOU PERFEITO <3
    BEIJOS :-D

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  2. Vc nao ta querendo dizer qe vai rolar segunda temporada e qe vai ser Niley não né ?? Pq se for isso meu corção nao vai aguentar de tanta felicidade, haha é por isso qe eu te amo tia lindaa *--*
    Bom quanto ao capitulo ja nem sei mais qe adjetivos usar pra falar deles !! Perfeição ainda é pouco pra definir !! Chorei cm a declaração deles *-*
    Bjocas da Mari Maricota (:

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  3. Perfeiiitooooooo, tem epilogo???

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  4. Eu li pelo celular o 9 e o 10!
    Que perfeição foi essa?
    E eu nem acredito que acabou :(
    Me diz que tem epilogo pelo amor de Deus?!
    Eu sempre li essa fic ao som de Come And Get It!
    Combina bastante com o estilo do Sheik!
    Eu necessito de um desses para mim >o<
    Eu chorei de verdade, foi emocionante ok?
    A declaração arrasou meu emocional que... Apenas suspiros!
    Posta um epílogo kkkkkkkkkkk'
    Beijos Diva *-*

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  5. Tiaaa q final heinnn. Perfeito. Arrazou como sempre hein. Obaaaa 2 temporada. E niley e bom demais. Bjs. Love you. Iza.

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  6. Que final perfeito foi esse? Ai meus sentimentos.
    Pena que acabou, eu quero um epílogo :(
    Demi e Joseph são muitos lindos juntos.
    Beijos, meu anjo ♥

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