CAPÍTULO
DEZ
Joe acordou em
sobressalto depois de ter passado a noite no sofá e descobriu que Demi não
estava em casa. A primeira coisa que lhe veio a mente foi que ela devia ter
ido embora, sem deixar nenhum bilhete com seu paradeiro. Movido por uma cegueira
irracional, correu até o quarto e ficou aliviado em ver que as coisas dela
ainda estavam no armário.
Ligou para a Cyrusssa,
mas soube que não a tinham visto e não esperavam por isso. Por último, ligou
para o consultório do médico e foi informado que Demi só voltaria no mês
seguinte.
Sentado à mesma do
escritório, deu asas à imaginação, vislumbrando-a procurando um lugar para
morar, enquanto ele ficava sozinho. Talvez o orgulho excessivo o fizesse perder
a pessoa mais importante de sua vida.
No dia anterior, tivera
a oportunidade de esclarecer tudo, mas se deixou levar pelo desejo
incontestável. E acabou fugindo antes de dizer a ela o quanto era importante.
No entanto, lembrou-se
também da outra noite, quando ela havia confessado que não precisava de amor e,
para coroar, tinha dito que não queria mais intimidades durante o último
confronto.
Chegou a pensar que ela
também estivesse amedrontada.
Lembrou-se
de quando ela tinha dito sobre o pavor de ter a vida controlada por alguém.
E pensar que ela
comandava todos seus movimentos, pensamentos e, além de tudo, tinha vencido
todas as muralhas que protegiam seu coração e se instalado ali como uma rainha.
Já não podia negar que seus sentimentos por ela iam muito além de uma simples
amizade. Sentimentos que garantiam que ele não deixaria de lutar pelo
casamento. Se pudesse convencê-la de que respeitava sua individualidade,
independência e tudo o mais como mulher, amante e amiga, teria provado seu
amor.
Se tivesse mais tempo,
podia elaborar melhor o modo como a abordaria. Mas não podia se dar a esse
luxo, pois tinha duas reuniões importantes em menos de uma hora.
Mas, afinal, o que era
mais importante, os negócios ou a esposa?
A esposa.
Se fosse há alguns
meses, jamais teria considerado alterar sua agenda por uma pessoa, a menos que
fosse uma emergência extrema. Admitir o amor que sentia por Demi o fez perceber
como sua vida tinha sido vazia até então.
Se bem que seu dilema
atual, encontrar uma maneira de provar seu amor a Demi, podia ser classificado
como uma emergência. Decidiu, então, que cancelaria todas as reuniões.
Encontraria um meio de demonstrar a ela o Quanto a amava, mesmo que levasse o
dia todo para tanto. Ou melhor, mesmo que levasse o restante de sua vida. Mesmo
que fosse forçado a devolver a liberdade a ela.
Demi voltou do
supermercado no meio da tarde com os braços repletos de compras e o coração
temeroso. Tinha saído cedo, antes de Joe acordar, antes que tivesse de
encará-lo. Ainda não estava pronta para isso.
Depois de colocar a
carne no fogão, subiu para verificar se ele não estava em casa, apesar de já
ter visto que o carro não estava na garagem. Bateu na porta do escritório e a
abriu quando não foi atendida, mas não havia ninguém. Ao descer as escadas,
notou que a porta do quarto de visitas, no final do corredor, estava aberta.
Estranhou porque aquele cômodo em particular permanecia sempre fechado,
aguardando a reforma.
Não, claro que Joe não
estaria escondido ali. Apressada, ela desceu o restante das escadas e seguiu
até o hall para investigar.
Ele não estava ali de
fato, mas havia uma cama de casal feita de pinho, uma cômoda e uma colcha de
casal. Seu coração ficou pequenininho quando se deu conta de que Joe cumprira o
que dissera. Ele havia providenciado um lugar para dormir, uma cama sem lugar
para ela. Ora, mas não havia sido isso que ela mesma tinha pedido? Sim, mas ele
não precisava ter atendido. O lugar dele era ao seu lado na mesma cama, na cama
de ambos, e se o que havia planejado com Miley desse certo, aquilo aconteceria
naturalmente.
Pensando nisso, correu
pela sala em direção à sala, onde havia um pedreiro arrumando o teto. Olhou
para cima e não percebeu a mobília fora do lugar. Em uma fração de segundo de
distração, tropeçou num pedaço de pano, esquecido no chão, e caiu de joelhos.
Sentindo uma dor aguda no pé, sentou-se e gemeu baixinho, mais de medo do que
de dor. Fechando os olhos com força, colocou a mão no ventre e rezou para que
o tombo não tivesse afetado o bebê. Pelo menos não tinha caído sobre a barriga.
Quando tentou se levantar, sentiu uma mão sobre o ombro. Reabriu os olhos e viu
o pedreiro, um senhor gentil de cabelo branco, dono de um sorriso que a
lembrava do pai.
— Está
tudo bem? — perguntou ele.
— Acho
que sim. Estou preocupada por estar grávida.
— Ah,
isso não é nada bom — disse ele, balançando a cabeça.
— Melhor eu levá-la
para alguém examiná-la.
— Acho
que tem razão. Devo ir para o hospital. Há um ímã na geladeira preso a um papel
com o número de “Daniel e Phoebe”. Por favor, chame-os e eles me levarão.
— Tem
certeza? Podemos ir com o meu carro.
Demi não gostou da
ideia de entrar no carro de um desconhecido, apesar da aparência tão amigável.
Por outro lado, queria ter certeza de que o bebê estava bem.
— Obrigada,
mas meu primo e a esposa podem tomar conta de mim.
— Ok.
Se prefere assim...
O senhor seguiu em
direção à cozinha, enquanto Demi rezava para que Phoebe e Daniel estivessem em
casa, que não tivessem viajado em uma segunda lua de mel, conforme o planejado.
Suas preces foram ouvidas e o pedreiro voltou com a notícia de que Phoebe
estava a caminho.
Demi sabia que devia
ter ligado para Joe no celular, que provavelmente estava desligado, como sempre
que ele estava em reunião. Não queria deixar recado na caixa postal dizendo que
estava a caminho do hospital e assustá-lo. Era melhor ligar depois que soubesse
que não tinha quebrado nada e que o bebê estava bem. E precisava muito dele
agora, queria ser confortada e ouvir que tudo ficaria bem. Mas, na certa, ele
ainda estivesse bravo, portanto teria de contar consigo mesma.
Joe chegou em casa sem
saber muito o que esperar. Daniel tinha deixado um recado em seu celular
contando que Demi tinha machucado o tornozelo, mas estava melhor depois de passar
pelo pronto-socorro.
Seria melhor acreditar
que era verdade, apesar de duvidar que Daniel revelaria algo mais sério em um
recado.
Entrou feito um tufão
na sala e encontrou Daniel sentado no sofá.
— Onde
ela está?
— Calma,
Joe. Ela está no quarto com Phoebe e está tudo bem.
Joe apertou a sacola de
papel que tinha na mão, resistindo à vontade de rasgá-la de raiva e frustração.
— Por
que ela não me ligou?
— Você
terá de perguntar a ela — Daniel respondeu, enfiando as mãos nos bolsos. — Acredito
que ela não queria preocupá-lo, ou temia sua reação. Acho que ela tinha razão,
a julgar pela maneira como você entrou aqui.
— Ora,
mas é claro que estou preocupado. Ela é minha esposa e está grávida de um
filho meu. Ela é tudo... — Para mim.
— Pelo
jeito, esse casamento arranjado teve uma reviravolta surpreendente — comentou
Daniel, encarando o amigo e seguindo até o sofá. — Parece que o sheik
finalmente encontrou seu par.
Joe não gostou da
agulhada do amigo, mesmo reconhecendo a veracidade daquelas palavras. Sim,
tinha encontrado sua alma gêmea, a parceira ideal. Restava apenas convencê-la
disso.
Phoebe entrou na sala
trazendo uma bandeja com meio copo de leite.
— Tive
a impressão de que havia uma tempestade aqui embaixo por causa das portas
batendo.
— Não
foi uma trovoada, apenas um sheik buscando sua esposa — disse Daniel, com um
sorriso.
Phoebe inclinou a
cabeça na direção da suíte máster.
— Ela
está deitada. Acho que vai gostar de ter companhia.
Mas será que sua
companhia seria bem-vinda? Joe decidiu que, Demi querendo ou não, entraria no
quarto.
— Ela
está bem? E o bebê...?
— Ambos estão ótimos — garantiu
Phoebe. — Foi apenas uma torção no tornozelo, não quebrou nada e também não
houve qualquer dano maior. Ela está acordada e inquieta, querendo levantar para
terminar o jantar que preparava para você, mas eu não permiti.
Jantar? Será que era
uma refeição de despedida?
— Fico
feliz em saber que não foi nada grave e agradeço a vocês dois por atendê-la.
— Sem
problemas — disse Daniel.
Phoebe dirigia-se para
a cozinha, quando parou e olhou para Joe.
— Posso
fazer um prato para você se quiser. Demi fez um rosbife muito bom.
A última coisa que Joe
queria era comida. Precisava ver Demi.
— Não
é preciso. Fiquem à vontade, ou, se preferirem, podem ir para casa. Eu cuido
dela daqui em diante.
— Disso
não tenho dúvida alguma — disse Daniel, com um soítíso
maroto. — Não esqueça que Demi está com o tornozelo torcido, portanto necessita
que seja “cuidada” com cautela.
— Comporte-se,
Daniel — Phoebe chamou a atenção do marido. — Vou colocar essa louça na
cozinha, depois vamos embora.
Joe agradeceu aos céus
pelo bom senso de Phoebe.
— Estou
em débito com vocês.
— Pode ter certeza de
que encontrarei um jeito de receber. — Daniel estendeu a mão para Joe. — Tenho
estudado os mercados...
— Você é incorrigível,
Daniel Cyrus — Phoebe comentou rindo enquanto seguia até a cozinha.
— E
você me ama por isso — Daniel gritou para a esposa.
— Vocês
não se importam em sair sozinhos, não é? Quero ver Demi logo.
Joe sempre fora um
excelente anfitrião, ainda mais depois de receber uma ajuda tão valiosa, mas
mal podia esperar para estar ao lado de Demi.
— Não se preocupe, acho
que ela está tão ansiosa quanto você — disse Daniel.
Se ao menos isso fosse
verdade, pensou Joe enquanto caminhava até a suíte máster.
Parou diante da porta
para ordenar os pensamentos e ganhar coragem.
Talvez o acidente
tivesse servido para ganhar mais tempo, apesar de não ter nenhuma vontade de
que ela estivesse com dor ou sentisse o menor desconforto. Mas o lado bom era
que ela não iria embora enquanto não pudesse andar.
Ao abrir a porta
devagar, viu Demi reclinada em um travesseiro com uma almofada sobre o pé
enfaixado.
Demi o fitou com olhos
brilhantes de surpresa, de alegria até. Mas Joe pensou que talvez estivesse
enxergando o que tanto sonhara, e não a realidade. Colocou o saco de papel na
cômoda e se aproximou da cama, parando para examinar o tornozelo ferido.
— Isso
está causando muito desconforto?
— Só
um pouco — respondeu ela. — Ainda bem que não foi pior. Tive medo de...
Quando lágrimas lhes
escaparam dos olhos, Joe sentou-se ao lado dela na cama. Queria muito abraçá-la
e garantir que estava tudo bem, mas não faria nada que ela não desejasse. Assim,
segurou a mão dela, entrelaçando os dedos.
— Lamento
não estar aqui na hora, Demi. Sinto também por ter achado que não pudesse me
telefonar.
Com a mão livre, ela
enxugou os olhos molhados.
— Não
foi nada disso. Eu não quis que se preocupasse, e ia ligar quando estivesse
tudo bem. Foi por isso que Daniel deixou um recado para você da sala do
pronto-socorro depois que fui examinada.
— Então
está tudo bem mesmo?
Joe precisava ouvir a
confirmação dos lábios dela, apesar das garantias dadas por Daniel e Phoebe.
— Estou
bem, e nosso bebê também.
— Você
decidiu partir antes de ele nascer?
Demi o encarou confusa,
sem entender a razão da pergunta descabida tão de repente.
— Partir?
— Quando
acordei hoje cedo e não a encontrei, presumi que tivesse saído para procurar um
lugar para morar.
— Não
foi nada disso, Joe. Fui fazer compras. Eu queria fazer um belo jantar e
depois conversar com você. Só conversar mesmo. Há uma coisa que preciso dizer.
Joe sentiu uma onda de
alívio momentâneo, seguida de um nó no peito, imaginando que ela fosse dizer o
que não gostaria de ouvir.
— Eu
também preciso confessar uma coisa.
— Está
bem.
Demi apertou a mão
dele, apreensiva.
— E
melhor você falar primeiro.
— Não,
prefiro que seja você.
— Está
bem, como quiser. — Antes, porém, ele ergueu a mão dela até os lábios e beijou
suavemente. — Essa conversa é talvez a mais difícil que já tive em minha vida,
por isso peço um pouco de paciência.
— Estou
ouvindo.
Joe se sentou melhor na
cama para observá-la em detalhes quando fizesse a confissão.
— Durante
anos, julguei que minha vida estava boa. Eu tinha um negócio, amigos, liberdade
e meu título. Mas não possuía o mais importante para me sentir vivo, até você
entrar em minha vida. — Joe a tocou no rosto, raptando uma lágrima solitária. —
Você era tudo o que eu mais temia encontrar, uma mulher capaz de derrubar as
muralhas que eu tinha construído para me proteger das emoções que não sabia
como lidar. Encarei isso como uma fraqueza minha ao mesmo tempo em que vi em
você uma força que me fascinou. — Ele fez uma pausa antes de pronunciar
palavras que julgou que nunca mais sairiam de seus lábios. — Você me perguntou
sobre meus sonhos e desejos. Bem, você é a representação viva de tudo isso, Demi.
Você me tomou um homem inteiro de novo.
Demi soluçou baixinho,
liberando as lágrimas para encharcar-lhe o rosto, partindo o coração de Joe.
— Ah,
meu Deus. — Ele soltou a mão dela com a certeza de que seria forçado a deixá-la
partir. — Desculpe se estou lhe causando mais dor, mas estou abrindo o
coração. Saberei respeitar se você decidir seguir os termos do nosso acordo
nupcial. Não vou impedi-la de ir embora. Prefiro passar a vida sozinho a ficar
com alguém que não esteja presente de corpo e alma, mesmo que eu a ame mais do
que tudo na vida.
Soluçando, Demi levou a
mão dele ao rosto.
— Você
está muito errado, Joe. Não estou com dor alguma e não pretendo ir a lugar
nenhum.
— Não
estou entendendo — disse ele, franzindo a testa.
— E
muito simples. Agi como você, fechando meu coração com medo de perder o
controle da minha vida. Mas a verdade é que ao seu lado sinto que minha vida
tem sentido. Eu o amo também.
Joe teve a sensação de
estar recebendo a chave para o céu, tamanha leveza de seu coração.
— É
mesmo?
— Sim,
e provavelmente o amei desde o momento em que o vi sentado nu naquela suíte de
hotel. Ou talvez antes até, quando você me beijou pela primeira vez. Tive medo
até de confessar isso para mim mesma.
Joe a beijou,
encontrando lábios quentes e convidativos a sua espera.
— Acho
que vivemos até agora tolhidos pelo orgulho.
Demi o enlaçou pelo
pescoço, puxando-o para mais perto.
— Acredito
que sim, mas está na hora de reverter isso.
— Eu
também acho.
Joe não perdeu mais
tempo com palavras e a beijou com a intensidade do amor que ameaçava explodir
seu coração. Precisou refrear a vontade de dominá-la em consideração ao pé
machucado e aos presentes que queria dar, antes de fazerem amor.
Afastando-se, anunciou:
— Tenho
uma coisa para você. E um presente especial. Três, na verdade.
— Depois
de ter me dado um bebê e um futuro, duvido que possa existir algo a mais.
— Deixe-me
tentar ao menos.
Joe ficou em pé, seguiu
até a cômoda e pegou o saco de papel. Quando se virou, Demi o olhou curiosa.
— Você
me trouxe um pãozinho? Eu estava mesmo com vontade de comer um.
Joe puxou um vidro do
pacote.
— Azeitonas. Mas
percebo que seus desejos mudaram sem eu saber.
Demi começou a rir.
— Nada
disso, apenas acrescentei mais uma coisa. Quero as azeitonas e o pãozinho.
— Bem,
terei de ir comprar o pão mais tarde — disse ele, colocando o jarro numa mesa
de canto e tirando uma chave do bolso. — Isso também é seu.
— Você comprou outra
casa? — perguntou ela, levantando a chave.
— Uma
casa não, mas um prédio comercial pequeno perto da Cyrusssa.
— Ainda não entendi.
Por que eu iria me interessar por um prédio?
Joe voltou a se sentar
na beira da cama.
— Você
irá precisar de apenas parte do prédio, o resto você pode alugar. Acho que o
primeiro andar é o ideal para montar um escritório de decoração. Se você não
gostar, posso vender e procurar outro de seu agrado.
Demi ficou boquiaberta
e com os olhos arregalados.
— Você
comprou um escritório para mim?!
— Isso
mesmo. Agora você tem de continuar com o projeto. Se permitir, posso tomar
conta dos aspectos financeiros.
— Claro
que sim. Sou péssima em matemática. Mas acho que não devo começar nada antes de
o bebê nascer, ou esperá-lo crescer um pouco...
— Você
terá muito espaço. Um dos cômodos pode ser convertido num quarto de bebê,
assim você o terá por perto o tempo todo. Se quiser, podemos contratar uma
estudante em regime de au pair, mas
tem de ser uma moça. Não consigo imaginar minha mulher passando muito tempo com
um criado.
Demi o puxou para um
abraço apertado antes de dizer:
— Não preciso de outro
homem que não seja você.
Joe se levantou de
novo, colocou a mão no bolso e tirou a última compra que fizera.
— Deixei
o presente mais importante para o fim. Isso é para provar que serei sempre seu.
Dito isso, ele colocou
uma aliança de ouro na mão dela como tinha feito com a chave.
— Joe, não tenho
certeza, mas acho que é muito grande. Além do mais, já ganhei um anel lindo.
— Essa
aliança é minha, Demi. Isso é um símbolo que nosso casamento é real em todos os
sentidos. Se você quiser o mesmo, claro.
— Isso é tudo com que
sonhei. — Mais uma vez, as lágrimas correram soltas dos olhos de Demi, que
tomou a mão esquerda dele e colocou o anel. Depois, olhou para ele com olhos
límpidos que expressavam todo o amor que havia guardado. — Isso significa
muito para mim. O que mais posso querer?
— Nada.
Demi inclinou a cabeça
na direção do diário que mantinha sobre a mesinha de cabeceira.
— Levei
anos para saber quem eram meus pais verdadeiros. Não deixe que o mesmo aconteça
com nosso filho. Perdoe seu pai e peça para que ele faça parte da vida do nosso
bebê, das nossas vidas.
Aquilo era pedir
demais, mas por Demi ele estava disposto a deixar o passado de lado.
— Prometo que a
primeira coisa que farei amanhã cedo será ligar para o meu pai, mas não tenho
garantia alguma de que ele queira falar comigo.
— Joe, Miley me disse
um dia desses que as pessoas mudam, e acho que ela está certa — disse Demi,
puxando-o para se sentar novamente.
Os dois podiam se
considerar provas vivas daquilo.
— O
seu amor me mudou muito, e para melhor. Isso me lembra de mais uma coisa
inacabada — disse ela, abrindo as gavetas da mesinha de cabeceira e tirando uma
pasta. — Aqui está.
Ele abriu a pasta e
tirou o acordo pré-nupcial que haviam assinado.
— O
que quer que eu faça com isso?
— Quero
picar em pedacinhos minúsculos.
— Eu
não teria tido ideia melhor.
No entanto, antes que
ele começasse a rasgar, Demi o impediu:
— Espere!
— Mudou
de ideia?
— Não
— ela respondeu, saindo da cama. — Quero jogar os pedaços de papel e
observá-los voando para longe e caindo no mar.
— Você
não pode andar com esse tornozelo.
— Sei
disso — afirmou ela, sorrindo. — Você terá de me levar no colo.
— Com
o máximo prazer.
Depois de dobrar e
enfiar o documento no bolso, Joe a levantou e levou-a para a varanda.
Quando a colocou
sentada no peitoril do muro, ela pediu:
— Segure-me,
por favor. A última coisa de que preciso é cair de novo.
Joe sorriu, lembrando
que ele mesmo já tinha caído. Tombara de amores e jamais se arrependeria por
isso. Assim, abraçou-a e beijou-a com carinho.
— Fique
tranquila que nunca vou me separar de você.
— E
nem eu permitira tal coisa. Estamos grudados agora.
Dito isso, ela puxou o
papel do bolso dele e picou em minúsculos pedacinhos, jogando-os por cima do
ombro do mesmo jeito que sua mãe costumava jogar sal para trás antes de tomar
um drinque. Era para dar sorte, segundo ela. Mas quem precisava de sorte tendo
o amor como companhia?
— Sabe
o que eu mais quero agora? — perguntou ela, depois de bater as mãos e apoiá-las
nos ombros largos de Joe.
— Um
banho.
— Nada
disso — respondeu ela, sorrindo.
Em seguida, abriu o
roupão e esticou os braços para cima, como se tivesse asas, permitindo que a
brisa do mar lhe acariciasse a pele nua. Riu alto ao sentir que o vento levava
todos os seus medos para longe.
— Isso
não é justo — disse Joe, com o rosto transfigurado pelo desejo. — Minhas mãos
estão ocupadas.
— Você
bem sabe que não precisa delas — disse ela, sentindo-se totalmente livre e
desinibida.
— Uma observação astuta
— respondeu ele, beijando o vão entre os seios fartos, mas, antes de prosseguir
com a carícia alucinante, ergueu a cabeça para fitá-la. — Você sabe como isso
vai acabar. E visto que está machucada...
— Estou
me sentindo ótima, pare de se preocupar. — Demi emoldurou o rosto dele com as
mãos. — Joe, quero fazer amor com você ciente de que estamos tomados pelo
verdadeiro sentimento — disse ela, enquanto lhe beijava o rosto todo. — Além
disso, acho que um homem criativo como você pode dar um jeito no meu pé. Afinal
de contas, foi você mesmo que disse que há muitas maneiras de se fazer amor.
Quero aprender cada uma delas.
— Terei imenso prazer
de demonstrá-las, mas acho melhor entrarmos. Se bem me lembro, ainda não usamos
a cama com esse propósito.
— É
verdade — disse ela, depois de pensar um pouco. — Na verdade, usamos vários
lugares, inclusive o seu escritório. Vamos voltar lá outra hora. Será que a
mesa aguenta nosso peso?
Joe disparou a rir,
esbanjando felicidade.
Quando Joe a suspendeu
para cima do muro, ela o enlaçou pela cintura com as pernas e com os braços no
pescoço. Ao entrarem no quarto, ele a colocou na cama, apoiou o pé machucado
no travesseiro e tirou-lhe o roupão e a calcinha.
Ela o observou
atentamente enquanto se despia, estudando cada detalhe daquele corpo másculo
como se o visse pela primeira vez. E podia considerar assim, já que seria mesmo
a primeira vez que se aMileym de verdade. Estava feliz demais por ter aberto o
coração para ele, da mesma forma como ele já havia feito.
Já sem nenhuma peça de
roupa, Joe se aproximou da cama e pegou outro travesseiro, posicionando-o sob
os quadris de Demi. Antes de prosseguir, ele a fitou e se deixou ficar perdido
nas profundezas daqueles olhos claros. Depois, passou a beijá-la desde o
tornozelo machucado, subindo por dentro das coxas afastadas até o triângulo de
pelos sedosos.
— Nosso
filho é a prova do nosso amor.
— Concordo
plenamente — disse ela, entremeando os dedos no cabelo escuro dele.
Com mãos ágeis, ele
varreu o corpo feminino inteiro, convidando-a a fazer o mesmo. Os dois
passaram longos minutos apenas se tocando, acariciando, memorizando os recantos
e as saliências mais íntimas como se tivessem parado o tempo a favor dos dois.
Nos olhos de ambos
reinava o brilho translúcido que traduzia todos os desejos. Nas bocas, a sede
insaciável e a fome recorrente. E, nas veias, a profusão de adrenalina. Nenhuma
regra moral seria capaz de deter o furacão desgovernado que varria todas as
reservas de ambos.
Depois de tê-la feito
galgar aos píncaros do prazer, penetrou-a seguidas vezes até alcançá-la a
caminho das estrelas. A viagem foi feita com tamanha ternura que Demi sentiu
vontade de chorar de emoção.
Quando a primeira
lágrima correu-lhe o rosto, ela teve a certeza de que jamais enfrentaria a
solidão novamente. Tinha o bebê e o homem que tomara possível todos os seus
sonhos. O homem que definitivamente se apossara de seu coração.
Quando caíram exaustos,
lado a lado, Demi se sentiu conectada a Joe, não apenas pela conjunção de
corpos, nem pela criança que haviam gerado, mas também pela expressão mais pura
do amor.
— Quando
sentir falta de qualquer coisa, basta pedir que eu providencio — prometeu ele,
apoiando a cabeça nos seios de Demi.
Em resposta, ela pousou
a mão dele em seu ventre.
— Você
me deu isso. — Em seguida, colocou a mão dele em seu coração. — E isso. O que
mais posso querer?
Joe abriu um sorriso
perfeito, escancarando a alma antes de beijá-la avidamente.
— Eu
sempre amarei você.
Demi sabia que ele
estava sendo sincero. Finalmente, confiava nela e nele. O pai de seu filho.
Seu amor e parceiro de uma vida. Seu marido —, no sentido mais doce e
verdadeiro da palavra.
Oie queridinhas da titia,bom fim né...Búaaaaaaaaaa
Mais ficou um gostinho de quero mais né então aguardem a titia...quem aqui lembra-se de Sexy Angel a primeira temporada foi Jemi e a segunda foi?????
kkkkkkkkkkkkkkk !!!
Vou sentir saudades de algumas princesas daqui,vocês me acolheram e se tornaram especiais para mim,espero reencontralas na minha próxima fic aqui que admito vai demorar um pouquinho né...
Mais a minha grande família temos um encontro marcado hoje,sinopse de Love Villain está pronta,alias a fic toda está pronta kkkkkkkk,mais estou trabalhando na one short Jemi TCA kkkkkkkkk,tô me vingando do encosto e da pomba gira mal despachada kkkkkkkkkkk....
Jemi com chifre duplo e sambando na cara deles.ui falei demais...
Bom obrigada as que comentaram,as que não comentarão e a toda família "Warrior"!
Beeeeeeeeeeeeeeeijos muito mais muito obrigada por tudo...
Até a próxima coisas lindas da tia.
O.M.G QUE FINAL FOI ESSE ?????
ResponderExcluirQUER ME MATAR EE TANTA EMOÇÃO E ISSO MESMO...MINHA LINDA QUE ARRASO !!!!
SOBRE SEXY ANGEL,ACREDITA QUE EU TO LENDO ESSA FIC U.U TO NA SEGUNDA TEMPORADA CAPÍTULO 2
EU NÃO SEI SE TO CERTA ~PORQUE AINDA TO NO COMEÇO DO CAPÍTULO 2 ~ MAIS ACHO QUE O CASAL E NILEY U.U
EU ADOREI O ÚLTIMO CAPÍTULO DE CORAÇÃO FICOU PERFEITO <3
BEIJOS :-D
Vc nao ta querendo dizer qe vai rolar segunda temporada e qe vai ser Niley não né ?? Pq se for isso meu corção nao vai aguentar de tanta felicidade, haha é por isso qe eu te amo tia lindaa *--*
ResponderExcluirBom quanto ao capitulo ja nem sei mais qe adjetivos usar pra falar deles !! Perfeição ainda é pouco pra definir !! Chorei cm a declaração deles *-*
Bjocas da Mari Maricota (:
Perfeiiitooooooo, tem epilogo???
ResponderExcluirAdorei :))
ResponderExcluirEu li pelo celular o 9 e o 10!
ResponderExcluirQue perfeição foi essa?
E eu nem acredito que acabou :(
Me diz que tem epilogo pelo amor de Deus?!
Eu sempre li essa fic ao som de Come And Get It!
Combina bastante com o estilo do Sheik!
Eu necessito de um desses para mim >o<
Eu chorei de verdade, foi emocionante ok?
A declaração arrasou meu emocional que... Apenas suspiros!
Posta um epílogo kkkkkkkkkkk'
Beijos Diva *-*
Tiaaa q final heinnn. Perfeito. Arrazou como sempre hein. Obaaaa 2 temporada. E niley e bom demais. Bjs. Love you. Iza.
ResponderExcluirQue final perfeito foi esse? Ai meus sentimentos.
ResponderExcluirPena que acabou, eu quero um epílogo :(
Demi e Joseph são muitos lindos juntos.
Beijos, meu anjo ♥