CYRUSSSA GELATI
Além dos
nossos tradicionais sabores de sorvete italiano, acrescentamos ao menu novas
combinações nessa fic venha conferir.
Com seus
olhos Verdes, pele morena e lábios sensuais, Joe Jonas-Saalem, Príncipe de
Zhamyr, é um dos sheiks mais lindos do deserto. Rico, inteligente, viajado,
sexy... e muito viril. O homem certo para ser o pai do bebê de Demi Lovato,
futuro herdeiro de seu legado.
Para
selar o acordo, Joe insistiu beijar Demi. Quando seus lábios se tocaram, o
mundo todo parou de girar. Com a boca intumescida, quente e húmida, ela teve
certeza de que fazer um bebê à moda antiga seria bem divertido. Porém, poderia
ser considerada uma decisão inteligente?
Apesar de
o casamento ter sido às pressas, os momentos para fazer o bebê foram bem
vagarosos. O modo lento e metódico com que Joe explorou o corpo de Demi se tornou
uma doce tortura. Língua e mãos habilidosas incendiaram sua pele sensível mais
do que o abrasador sol do deserto, deixando-a sedenta por mais. Porém, nada
disso fazia parte do acordo entre eles...
CAPÍTULO
UM
Ah, não, ele de novo?
De trás do balcão de
mármore da famosa sorveteria Cyrusssa da família Cyrus, Demi Lovato bateu o
cotovelo na quina da caixa registradora e reprimiu um grito que seria ouvido
por toda a vizinhança. Não só isso, mas conteve também uma cantilena de
blasfêmias direcionadas ao homem solitário, sentado na mesa de canto perto das
janelas. Ele reluzia como um holofote em meio à tradicional sorveteria italiana
da família Cyrus.
Demi orgulhava-se por
ter um olho clínico, e esse homem em particular aproximava-se da perfeição. A
aparência exótica compunha o retrato perfeito do estranho misterioso.
No
entanto, o sheik Joe Saalem não era um desconhecido. Ela o tinha encontrado
durante a festa de boas-vindas que a família Cyrus tinha feito para ela.
Era de admitir que ele
tivesse certo charme e muito carisma. Ok, talvez fosse mais do que isso. Ele
era dono de uma confiança perturbadora. Até onde sabia, tamanha confiança
denotava controle. Demi não se preocupava com homens daquele tipo, que com um
simples olhar significativo fizesse uma mulher tremer. E ela já havia recebido
algumas dúzias de olhares na última vez em que tinham estado juntos. Tampouco
esqueceria o que mais havia acontecido naquela noite.
Um beijo. Um beijo que
quase a fez desmaiar e a terra tremer. Um carinho que seria impossível
ignorar, embora fosse exatamente o que deveria ter feito. Agora precisava
fingir que não notava os olhares ocasionais daqueles olhos escuros como o
conhecido café expresso da sorveteria. Não era uma tarefa fácil, mesmo porque
ele tinha trocado as tradicionais vestes árabes por um terno bege e um pulôver
tão escuro quanto seu cabelo farto.
Ele se parecia com
qualquer outro homem de negócios durante um intervalo do agitado mundo
financeiro, embora mantivesse a aura de autoridade. Mas não era um homem comum,
fato que Demi percebeu assim que o conhecera, e o tinha beijado.
Depois de mais um olhar
furtivo, Demi voltou aos seus afazeres, alinhando as taças de sundae embaixo
do balcão. Tinha um trabalho a realizar e tinha sido muito bem recebida pela prima
Miley, gerente da loja. Desde então, tinha sido aceita pela grande família Cyrus
com muito afeto e ganhado o belo apartamento que pertencera à outra prima,
Gina. Agora que sua vida tinha, finalmente, tomado um rumo, não tinha tempo, ou
mesmo a intenção, de se distrair com um homem, mesmo que ele fosse um príncipe
carismático.
Como se totalmente
desprovida de força de vontade, Demi arriscou outra olhadela rápida. Não havia
como ignorar a presença dele na loja praticamente deserta. Na verdade, não era
surpresa alguma não haver muitos outros clientes, pois o movimento do horário
de almoço terminara fazia pouco tempo. A maioria das pessoas estava de volta às
duas e escritórios de Boston, retomando as atividades vespertinas.
Todo mundo, menos o
sheik. Além dele havia um casal em uma mesa mais escondida, de mãos dadas e
sussurrando, enquanto o sorvete virava uma sopa de fruta. Que desperdício,
pensou Demi. Uma exposição sentimental ridícula. Logo censurou sua atitude
cínica. Quem poderia negar que aquele casal em particular não havia encontrado
a felicidade eterna? Tudo bem que tinha afastado os sonhos de ter um parceiro
para a vida inteira, mas isso não impedia que outros encontrassem suas almas
gêmeas.
— Pelo
jeito você tem visita.
Demi desviou o olhar do
casal para o sorriso sutil de Miley.
— Por
que não me disse que ele tinha entrado?
Demi não queria mostrar
irritação, mas observar o casalzinho apaixonado tinha abalado seu costumeiro
bom humor, bem como a visita surpresa de Joe Jonas-Saalem.
— Você
estava no porão quando ele chegou — disse Miley. — Não imaginei que estaria tão
interessada.
— E
não estou mesmo. — Demi passou um pano com força sobre o balcão já bem limpo.
— Até
onde sei, ele é apenas mais um cliente tomando café.
Miley
se aproximou de Demi, olhando acintosamente para o sheik.
—
Acho que ele não veio aqui para fugir da chuva, nem para tomar café ou sorvete.
— E, inclinando-se na direção de Demi, sussurrou: — Considerando os olhares
diretos, acredito que ele esteja aqui para um tipo diferente de sobremesa,
entendeu?
Demi sabia exatamente o
que Miley queria dizer, mas não estava disposta a ser um caso do sheik nunca.
Encostando-se de costas para a sala, arriscou outra olhadela por sobre os
ombros.
— Ele
não está me olhando de um jeito diferente. Está lendo jornal.
— Ele
está fingindo, e acho que está intrigado sobre você.
Demi puxou a manga da
camisa branca e consultou o relógio num ato nervoso mais do que o real
interesse pelas horas, apesar de ter calculado quanto tempo faltava para o
compromisso importante que tinha ao sair dali.
— Será
que ele não trabalha?
— Ah, claro. Ele é um
consultor financeiro independente de muito sucesso. Daniel me disse que ele
viaja pelo mundo inteiro.
Daniel era outro primo,
filho do irmão gêmeo do pai de Demi, Paul, e foi por ele que o sheik compareceu
à festa de boas-vindas.
— Isso
me parece muito suspeito.
Miley colocou os
cotovelos no balcão e apoiou a cabeça nas palmas das mãos.
— Independente do
trabalho, ele é rico e pertence à realeza. — De repente, ela endireitou o
corpo. — E está vindo em nossa direção.
Demi congelou e se
virou de costas, sentindo arrepios na espinha.
— Posso
ajudá-lo em alguma coisa, sheik Saalem? — perguntou Miley.
Demi fixou o olhar nas
garrafas das prateleiras. Ouviu quando ele se sentou na banqueta em frente ao
balcão, mas não teve forças para se virar.
— Em
primeiro lugar, gostaria que me chamasse de Joe. Aqui nos Estados Unidos,
prefiro dispensar o título, ao menos quando estiver entre amigos, como a
família Cyrus.
— Ah,
sim — disse Miley —, e um amigo de Daniel é nosso amigo também, certo, Demi?
Demi se encolheu depois
do cutucão de Miley em seu braço. Sabendo que não teria como fugir dali,
decidiu encarar o sheik.
— Amigos, claro.
Os três esboçaram
sorrisos. Demi qualificaria o sorriso de Joe Saalem como imponente. Caramba,
por que ele tinha de ser tão maravilhoso?
— Você
está com uma aparência ótima hoje, senhorita Lovato — disse ele com uma voz
macia como veludo, não desviando o olhar.
— Obrigada.
— Você
está gostando de trabalhar aqui, Demi?
Demi ficou atônita com
a audácia de ser chamada pelo primeiro nome, muito embora não conseguisse
ordenar que o coração não batesse tão forte. No entanto, era de se esperar
aquele comportamento, já que ele não fizera cerimônia em beijá-la na noite
anterior. Então, por que não dispensar toda a formalidade?
— Para
falar a verdade, adoro trabalhar aqui — respondeu ela, forçando um sorriso,
mesmo que com os lábios trêmulos. — E, por falar nisso, posso servi-lo de algo
mais?
Joe inclinou-se para
frente, deixando um rastro do perfume de sua colônia no ar.
— O
que você tem em mente?
Ah, por favor, não. Ela
não estava nenhum pouco a fim de brincar de indiretas.
— Talvez
um sorvete refrescante. Ajuda a acalmar.
Um sorvete era o máximo
que Demi estava disposta a oferecer naquele momento e em qualquer outra
ocasião em que ele estivesse presente.
— E
se eu pedisse um pouco do seu tempo? Quem sabe não jantamos depois do
expediente?
— Não acho que...
— Ei,
senhorita, preciso de alguém para me servir.
Demi relanceou para o
fim do balcão onde um senhor de meia-idade com um terno barato aguardava
impaciente. Procurou Miley, que convenientemente havia sumido.
— Com
licença — ela se desculpou com o sheik e seguiu até o novo cliente. Tirou um
lápis e um bloquinho do bolso. — O que o senhor deseja?
— Uma
xícara de café — anunciou ele, com cara de poucos amigos.
— Café
expresso, cappuccino ou...
— Café
preto, simples e para viagem.
— Sim,
senhor. Comecei a moer o pó agorinha mesmo.
— Estou
com pressa — grunhiu ele.
Demi também estava
apressada por sair dali rápido, antes que fizesse algo impensado como aceitar o
convite de Joe para jantar.
— Não levarei mais do
que dois minutos.
— Não se esqueça de que
ainda não me respondeu, Demi.
Demi olhou rápido para Joe
no caminho até a cafeteira e se forçou a sorrir.
— Com
licença... — Ela andou para o lado antes de ficar frente a frente com o sheik
de novo e se deixar envolver por um eventual embate verbal. — Não posso sair
para jantar. Tenho um compromisso depois do trabalho.
— É
alguma coisa importante?
Muito mais do que ele
poderia imaginar.
— Pode-se dizer que
sim.
— Presumo, então, que
eu não seja bem-vindo para acompanhá-la.
Se ao menos ele
soubesse como seria bem recebido na clínica de fertilidade, quem sabe para
fazer uma doação... Quem em juízo perfeito o recusaria? Pelo menos, ela, não.
Mas não tinha intenção alguma de revelar o lugar para onde estava indo.
— Tenho
uma consulta médica.
— Você
está doente? — ele indagou, visivelmente preocupado.
— Não,
são apenas exames de rotina. — O que não era mentira. — Estou ótima.
A ruga de tensão da
testa dele sumiu para dar lugar a um sorriso rápido.
— Posso
atestar que sim sem ao menos examiná-la, mas não deixaria de investigar mais a
fundo.
— Esse
café não está pronto ainda? — rugiu o senhor rude do final do balcão.
Demi ficou aliviada
pela interrupção, mas, por outro lado, viu-se presa entre dois homens insistentes,
que estavam arruinando seu humor. Para o estranho, abriu um sorriso educado e
adiantou:
— Só
mais um minuto e já levo seu café.
— Não tenho mais um
minuto — blasfemou ele, batendo a palma da mão no balcão. — Se você parasse de
conversar com seu namorado e trouxesse logo meu café, eu já estaria longe
daqui. Preciso trabalhar.
— Eu
entendo, mas o café ainda não está pronto — Demi respondeu por entre os dentes.
— Posso lhe servir um copo de água enquanto aguarda? — Talvez o senhor possa
esfriar o humor, ela pensou em dizer, e só não fez porque se lembrou da máxima
que dizia que o freguês tem sempre razão. Até os escandalosos.
— Não
quero porcaria de água alguma. Quero o meu café!
Até aquele momento, Joe
estava indiferente ao incidente, mas de súbito se enfureceu e perdeu a
paciência. Tirou o casaco, dobrou-o com cuidado, colocou-o sobre o banco ao
lado e arregaçou as mangas da camisa. Demi gelou de medo que o sheik iniciasse
uma luta com o estranho. Mas ele deu a volta no balcão, pegou um copo descartável,
encheu com o café morno da cafeteira e colocou na frente do sujeito.
— Aqui
está. Acho que é o suficiente para que você suma daqui — Joe disse, em um tom
de voz ameaçador. — Infelizmente, não há nenhuma placa indicando que não
servimos imbecis, mas garanto que isso será remediado de agora em diante.
— Seu
arrogante, filho de uma... — blasfemou o homem, levantando a voz.
— Minha
arrogância não é da sua conta. Se não sair daqui nos próximos trinta segundos,
terá que me enfrentar.
Sem dizer mais nada, o
sujeito se levantou e saiu da sorveteria, lançando um olhar furioso para Joe e Demi
através da janela.
Demi demorou a
recuperar a voz, e só então reparou que estava bem perto do sheik. Ele não
tinha mais de um metro e oitenta de altura, mas no pequeno espaço em que
estavam, atrás do balcão, parecia muito maior do que uma árvore centenária.
— Você acha que sua
atitude foi necessária?
— Eu me recuso a
tolerar insolência, principalmente em desrespeito a uma mulher.
Ah, Deus do céu.
— Não
precisava me salvar, eu teria dado conta sozinha.
— Sinto
muito — disse ele, ainda com uma postura solene. — Eu me esqueço de que o
cavalheirismo não é muito apreciado na América.
Quando percebeu as
intenções nobres, Demi sentiu remorso, porém ficou mais sem graça ao notar que
ele continuava a explorar seu corpo com aqueles olhos escuros.
— Obrigada pela boa
intenção — disse ela. Era o mínimo que podia fazer.
A expressão do rosto de
Joe mudou quando ele assumiu uma postura mais provocante.
— Você
podia demonstrar sua gratidão jantando comigo esta noite.
— Eu
já disse que não tenho tempo. — Não tinha coragem, na verdade.
Miley apareceu de
repente e olhou para os dois atrás do balcão e muito próximos.
— Demi,
você contratou o sheik enquanto eu estava lá embaixo?
Em vez de responder, Demi
pegou as chaves do carro na prateleira.
— Ele
me ajudou com um cliente sem educação.
— Quanta
delicadeza, Joe — exultou Miley. — Não foi uma atitude bacana, Demi?
Não muito disposta a
admitir, Demi voltou a olhar para Joe Saalem. Ele tinha alguns aspectos
legais... e era muito sexy. No entanto, não descreveria os olhos dele da mesma
forma, pois eram sensualmente letais.
— Mimi
já chegou? — ela perguntou, dirigindo-se a Miley. — Acho que vou desmaiar. — Que
tola de boca grande! — Quero dizer, preciso sair logo para minha consulta.
— Pode
ir. Eu dou conta da loja até ela chegar — ofereceu Miley, esticando o braço na
direção da porta. — Ainda temos um tempo antes do grande movimento da tarde.
A atenção podia estar
em Miley, mas Demi ainda sentia o magnetismo arrogante e insuportável que a
unia ao príncipe. Ah, maldita libido.
Sem pensar muito mais,
seguiu até a porta, com as chaves na mão, antes que Joe tivesse a chance de
minar sua resistência.
— Eu
vou procurar você, Demi.
A voz sedutora de Joe
impediu-a de abrir a porta quando já estava com a mão na maçaneta. A hesitação
durou apenas alguns segundos, antes que se recuperasse e saísse praticamente
correndo até o carro. Antes que ficasse tentada a voltar e aceitar o convite
para o jantar. Antes de sucumbir àqueles olhos incríveis e à voz pecaminosa.
Antes que se esquecesse de que não tinha intenção alguma de se envolver com
qualquer homem que fosse, em especial um que se julgava seu protetor.
Ainda bem que arrumou
forças sabe-se lá de onde para sair logo da sorveteria.
* * *
Joe Saalem não tinha
intenção nenhuma de deixar Demi escapar. Quando a vira na reunião de
boas-vindas, e depois de beijá-la espontaneamente, teve a certeza de que a
desejava. Estava determinado a conquistá-la, nem que para isso precisasse
passar por um teste de paciência extrema.
Joe não era muito
conhecido por ser paciente. Não seria dono de uma fortuna se não fosse tão
persistente. E também não teria deixado a segurança dos negócios da família e
vindo para os Estados Unidos se quisesse continuar sob os desmandos do pai.
— Droga.
O lamento de Miley Cyrus
trouxe Joe de volta de seus pensamentos.
— Aconteceu alguma
coisa?
— Demi
saiu com tanta pressa que esqueceu isso — ela disse, levantando uma bolsa.
Na mesma hora, Joe viu
o esquecimento de Demi como mais uma oportunidade para encontrá-la sozinha.
— Pode deixar que eu
entrego a ela.
— Agora?
— Sim, claro. Ela vai
precisar da carta de motorista e da carteira para pagar a consulta.
— Você tem razão. — Miley
hesitou. — Mas acho que ela não vai gostar se eu disser para onde ela foi.
— Não
é uma consulta médica?
— Foi
isso que ela disse?
Bem, Miley não
precisava saber que houve um pouco de persuasão para que Demi revelasse algo
sobre seu compromisso.
— Você
sabe o endereço do consultório?
Uma senhora grisalha e
miúda apareceu de trás de Miley e adiantou:
— Ontem
ela me perguntou onde ficava a Avenida Industrial Drive em Blakenship. Imagino
que ela esteja indo para lá.
— Mimi,
Demi não vai gostar de saber que você passou essa informação — Miley a
repreendeu, lançando um olhar reprovador.
— Ela
vai precisar da bolsa, não é? — Mimi indagou, girando os olhos. — Além do mais,
não creio que ele vá clonar os cartões de crédito dela.
— Acho
que você tem razão — Miley concordou.
Joe esticou a mão para Miley,
que, finalmente, lhe passou a bolsa.
— Fique
tranquila que encontrarei a senhorita Lovato para entregar isto.
— Boa
sorte — desejou Miley.
Joe não contava muito
com a sorte, mas usaria de seu forte poder de persuasão. Cumprimentou as duas
mulheres com um gesto de cabeça educado e dirigiu-se para a porta.
— Tenho
certeza de que logo estarei de volta.
— Imagino
que sim, já que Demi trabalha aqui — disse Mimi com um sorriso. — Ela é uma
moça muito bonita.
Joe deixou o prédio sem
responder, incapaz de conter o sorriso pela boa sorte. Estava com alguma coisa
de que Demi precisava, e ela, por sua vez, também possuía algo que o interessava.
Era simples, ele a desejava, e pelo menos isso era um bom começo.
Pensando assim, ele se
dirigiu até o Rolls-Royce parado no meio-fio, assumiu o volante e saiu com
pressa, a impaciência crescendo a galope enquanto ziguezagueva pelo trânsito
pesado da cidade.
Depois do que pareceu
uma eternidade, virou na rua que Miley havia dito e entrou no estacionamento de
um prédio de tijolinho aparente, que se assemelhava a uma clínica. Mas, quando
viu que se tratava de uma clínica de fertilização, imaginou estar no lugar
errado. Nesse momento, viu um carro azul que se parecia com o que ele tinha
visto Demi sair da sorveteria. Encontrou lugar a algumas fileiras de onde ela
estava e saiu rápido do carro para não perdê-la de vista. No entanto, não deu
tempo de alcançá-la antes que entrasse no edifício. Presumindo que ela já
tivesse entrado, decidiu esperar por sua saída, mesmo que levasse horas.
Cada minuto passado
aumentava a quantidade de perguntas que queria fazer a ela, principalmente por
que havia escolhido uma clínica que atendia aqueles que queriam filhos. Voltou
a atenção para o carro dela e percebeu que ela talvez tivesse voltado sem que
tivesse visto. A porta do carro estava aberta.
Joe correu pelo
estacionamento para encontrá-la metade dentro do carro, metade fora. Estudou
aqueles quadris arredondados e as pernas sob o vestido enquanto ela,
provavelmente, procurava pela bolsa.
— Você está procurando
por isto?
Por pouco Demi não
bateu a cabeça no capô do carro ao se virar de repente.
— O que você está
fazendo aqui? — perguntou ela, com voz e expressão de espanto.
— Vim trazer isto para
você — ele respondeu, balançando a bolsa na ponta do dedo.
— Obrigada. Eu nem
tinha percebido que estava sem bolsa.
— Obvio.
— Agora
é a sua vez de responder a uma pergunta — disse ele, apontando para o letreiro
do edifício. — O que está fazendo aqui?
Demi pegou a bolsa e
enrolou a alça nos dedos alongados.
— Eu
disse que tinha...
— Uma
consulta, eu sei. Como um lugar desses pode interessá-la? Você está procurando
um emprego?
— Ora,
é claro que não — Demi respondeu, ao mesmo tempo em que empurrava com o
traseiro a porta do carro. — O que faço aqui não é da sua alçada.
Joe ficou frustrado
pela defensiva dela, não tinha ido até lá para interrogá-la, mas agora tinha
uma razão importante para ter mudado de ideia.
— Você não precisa
entender. Isso é um assunto meu, não seu.
— Se
você estiver planejando ter um filho, minha presença aqui é justificável.
— Não
entendi...
— Se
for isso, eu deixo de insistir para sairmos juntos. Não quero invadir o
território de outro homem.
Aquilo deixou Demi
furiosa, a ponto de seus olhos verdes faiscarem de raiva.
— Para
sua informação, sheik Saalem, não sou território de ninguém. Nos tempos atuais,
uma mulher não precisa de um homem para engravidar, quero dizer, pelo menos,
não totalmente.
Pelo jeito dela, Joe
entendeu que ela havia se arrependido do que dissera, mas não desistiria de
descobrir tudo.
— Então,
você planeja ter um filho?
— Sim,
por inseminação artificial — ela confirmou, erguendo o queixo para o alto.
— Você
quer dizer que vai se submeter a uma inseminação com o esperma de um estranho?
— Não
acho que devo discutir esse assunto com um sheik — disse ela, com o rosto
corado.
— É
difícil acreditar que você pense em ter um filho de um homem totalmente
desconhecido.
— Isso
mesmo. Estou com trinta e um anos e não vou rejuvenescer, por isso acredito que
essa seja a hora para um procedimento como esse.
Pensando nas palavras e
no propósito dela, Joe concluiu que, definitivamente, podia interferir nos
planos de Demi. Poderia ajudá-la com prazer e, além disso, estava diante da
possibilidade de um relacionamento estável com uma mulher interessante e
sedutora.
— Talvez
eu possa ajudá-la.
— Está
dizendo que pretende fazer uma doação para mim? — Demi indagou, com os olhos
arregalados.
— Não
tenho intenção alguma de me apaixonar por um vasinho de plástico. Prefiro o
método mais tradicional, em que só é preciso um homem e uma mulher para
procriar.
Demi meneou a cabeça
com veemência.
— De jeito nenhum. Não
vou permitir que... bem... não é nisso que estou interessada.
Joe estreitou a
distância que os separava e afastou uma mecha do cabelo dos ombros dela.
— Está
com medo?
A resposta estava
evidente no rosto de Demi, apesar de não ser essa sua intenção.
— Claro
que não. Por que estaria?
— Talvez tenha receio
do que possa sentir se fizermos amor — disse ele, esticando a mão e apoiando-se
sobre o capô do carro.
Demi respirou fundo,
evidenciando que a proposta a tinha atingido.
— Acho
que não seria uma boa ideia e ponto final.
— Ao
contrário, é uma ideia excepcional. Faz tempo que considero formar uma
família. Isso seria benéfico para nós dois.
— Eu
só quero um bebê, e não um relacionamento. — Ela suspirou impaciente.
— Pretende
ter uma criança que não conhecerá o pai? Não acho que seja esse o desejo do seu
coração, considerando o que soube recentemente sobre o rapto do seu pai.
Demi baixou a cabeça,
fitando os pés para não encará-lo.
— Não
tenho escolha. Um filho para mim é a coisa mais importante no meu momento
atual.
Joe ergueu-lhe a cabeça
com a ponta do dedo em seu queixo, forçando-a a olhar para ele. E o que viu nas
profundezas daqueles olhos verdes foi indecisão, o suficiente para
incentivá-lo a continuar insistindo.
— Estou oferecendo uma
escolha. Quero ser o pai do seu bebê.
— E o
que espera em retorno? — indagou ela, não acreditando muito nas boas intenções
dele.
Joe tinha amado uma
única mulher, não poderia oferecer o coração, mas podia dar a Demi o bebê que
desejava, um lar seguro e uma garantia de futuro.
— Quero
me casar com você.
— Isso
é loucura! Mal nos conhecemos.
— Essa
é a oportunidade ideal para tanto.
— Não
quero me casar. Quase cometi esse erro há pouco tempo.
Mais uma vez, Demi se
recriminou por ter se aberto demais.
Apesar de surpreso pela
revelação de outro homem na vida de Demi, Joe sabia que não tinha o direito de
sentir ciúmes. Isso perderia a importância depois que estivessem juntos e ele a
fizesse esquecer qualquer relacionamento passado, principalmente se tivesse
causado sofrimento. Esse era um conceito que ele entendia muito bem.
— Podemos
encarar o casamento como um acordo. Se você não quiser continuar casada depois
do nascimento do bebê, pode ir embora.
— Divórcio?
A palavra reverberou
nos ouvidos de Joe. Separação era contra tudo o que acreditava, mas mesmo
assim, confirmou:
— Sim.
Antes de responder, Demi
mordiscou o lábio, ganhando tempo para pensar.
— Acredito
que queira continuar se relacionando com o bebê depois do fim do acordo.
Joe estava disposto a
fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para não haver discussões sobre a
custódia da criança.
— Claro que sim. Não é
isso o que deseja?
— Acredito
que seja o melhor.
Joe sentiu o sabor da
vitória iminente.
— Então
estamos de acordo?
— Não. — Apreensiva, Demi
colocou a alça da bolsa sobre o ombro. — Preciso ir a essa consulta e pesar
todas as opções antes de decidir alguma coisa.
Joe se afastou do
carro, gesticulando para ela passar, mas não se considerando derrotado.
— Está certo, Demi.
Pode ir, mas pense em mim enquanto estiver lá. — E, aproximando-se de novo,
enlaçou-a pela cintura.
— Pense em nós dois.
Considere que estou disposto a ser o pai do seu filho. Isso significa que
estaremos criando um vínculo que pode trazer alegria para nós dois.
Puxando-a para mais
perto, Joe cobriu os lábios dela com um beijo tentador, um carinho que não a
deixaria esquecê-lo por muito tempo.
Demi tinha sido pega de
surpresa, mas com um pouco de persuasão permitiu que a língua atrevida de Joe
brincasse com a sua, deixando-a com o corpo todo lânguido de prazer. Mas o
contato durou pouco tempo, o suficiente para deixá-la com um sabor recorrente,
ansiosa por mais. A intenção de Joe era que o beijo fosse apenas um aperitivo do
que seria dali em diante quando se encontrassem.
Foi com grande esforço
que deu um passo atrás e tirou um cartão do bolso do casaco, pressionando-o
contra a mão dela, enquanto o polegar acariciava-lhe a pele sedosa do pulso.
— Aí estão os telefones
onde pode me encontrar quando decidir.
Demi continuou na mesma
posição, como se estivesse enraizada no chão, conforme Joe se afastava.
Tomara que, depois de
pesar bem o que tinha ouvido, decidisse que a proposta dele era a mais lógica.
Se não acontecesse de imediato, ele teria que ser mais contundente para atingir
seu objetivo.
Vocês já conhecem meu blog né ... BLOG
Sintam-se avontade para entrar nele e fazer a titia aqui feliz...
Beeeeeeeeeijos e me digam o que estão achando da fic?
By Karoline Nunes....
Aaah que peefeitoo, sera que a Demi vai aceitar ? Posta logoo
ResponderExcluirQue capítulo maravilhoso, meu deus ♥ Poste logo o próximo, por favor.
ResponderExcluirNova aqui u.u
ResponderExcluirMeu deus....que perfeito <3 <3 <3
Tá de parabéns....
Posta logoo
Beijos
Eu amei esse sheik >.<
ResponderExcluirSó eu que sinto um hot vindo por ai???
Kkkkkkkkk eu fiquei tipo:
Aceita vai aceita!
Sem dúvidas que depois desse beijo maravilhoso ela aceita!
Posta logo tia :)