CAPÍTULO
SEIS
— Você
precisa vir comigo agora.
Demi estava anotando um
pedido quando Joe parou ao seu lado na sorveteria. Ele estava com um temo preto
e um turbante árabe que cobria os cabelos negros. Roupa típica de trabalho.
— O
que está fazendo aqui?
— Preciso de sua ajuda
agora.
— Não posso sair assim
de repente.
— Ah, pode sim, querida
— disse a senhora de cabelos vermelhos e com batom da mesma cor que Demi
atendia. — Se um estranho bonito assim me abordasse, eu sairia na hora.
— Ele não é um estranho
— disse Demi.
— Sou marido dela, nós
nos casamos ontem — Joe a interrompeu.
A senhora ruiva
arregalou os olhos e voltou a atenção para Demi.
— E
você está trabalhando?
Joe abriu um sorriso
cúmplice.
— Foi
isso que eu disse a ela. Nós podíamos estar em uma praia particular no
Mediterrâneo, onde ela não precisaria trabalhar.
— Querida,
se for o meu pedido que a estiver impedindo de sair, deixe que eu mesma pego o
meu sorvete — sugeriu a cliente.
Sentindo-se presa em
uma armadilha, Demi rangeu os dentes e direcionou sua raiva para Joe.
— Meu
querido, você sabe muito bem que preciso trabalhar para manter você nas suas
roupas de alta-costura.
Joe nem ligou para a
falsa insinuação.
— Eu
prefiro que você me mantenha sem roupas.
A senhora ruiva começou
a rir alto e atraiu a atenção de Mimi, que também se aproximou.
— O
que está havendo aqui?
— Acho que não fomos
apresentados ainda. Sou o sheik Joe Saalem, marido de Demi. — Joe estendeu a
mão para cumprimentá-la.
— Eu
me lembro de você. — Mimi deu a mão a ele, ligeiramente corada. — Deus do céu,
como você é bonito. Meu Johnny, que Deus o tenha, era tão atraente como você,
mas não tão alto. Você veio ver sua esposa?
— Preciso
roubá-la por algumas horas.
— Vamos,
leve-a logo daqui — Mimi pediu a Joe.
— Mas
não posso sair agora, bem no horário de almoço — Demi protestou, sentindo-se
traída.
— Claro
que pode, querida. Temos outras pessoas para ajudar. Agora, corra e tome conta
de seu marido.
Na realidade, Demi
queria cuidar de Joe, tirar o avental e beijar aquela boca sexy. Em vez disso,
limitou-se a passar o bloquinho para Mimi e dar um suspiro de frustração.
— Está
certo, mas voltarei logo. — Em seguida, tirou o avental, colocou-o debaixo do
balcão e apanhou a bolsa. — Espero que seus motivos sejam muito bons mesmo.
— Garanto
que sim — disse Joe, saindo da sorveteria logo atrás dela.
Na calçada, Demi olhou
para os dois lados e não viu carro algum. Lógico que ele não tinha ido até lá
de ônibus.
Joe apontou na direção
de um Rolls-Royce prateado e conversível, estacionado não muito longe dali.
Claro, só o melhor, pensou ela.
He abriu a porta para
ela, que entrou e se sentiu abraçada pelo estofamento de couro macio.
— Posso saber para onde
está me levando? Espero que não pretenda me levar de volta ao hotel — disse ela
séria, apesar de sentir a temperatura do corpo subir.
— Tenho
uma coisa que quero lhe mostrar.
— Eu
já vi, Joe — protestou ela.
Ele ligou o carro e
olhou para o lado com um sorriso matreiro.
— Bem
que eu gostaria que você me examinasse de novo, mas não é esse meu objetivo.
Pelo menos não agora.
Demi não soube explicar
a ligeira frustração que a abateu.
— O
que é então?
— É uma surpresa, e
acho que você vai gostar — disse ele, seguindo o trânsito da avenida.
Não havia nada que a
surpreenderia mais do que a noite anterior. Dando-se por vencida, ela decidiu
aproveitar o vento no rosto, agradecendo por estar de cabelo preso e não se
parecer com a Medusa quando chegassem ao destino.
O dia estava
maravilhoso quando Joe pegou uma alameda que ladeava a praia. Os raios de sol
iluminavam as areias claras e o mar esverdeado. Demi encantou-se com a vista
que ainda não tivera tempo de curtir desde que chegara a Boston. Mas foram as
casas suntuosas de frente para a orla que mais chamaram sua atenção.
Chegou a comentar com Joe,
mas ele se limitou a sorrir, mostrando que não estava muito interessado na
história local.
Quarenta minutos mais
tarde, Joe entrou numa rua ladeada por árvores altas e estacionou em frente a
uma casa deslumbrante. Era uma construção no estilo colonial de dois andares
com um imenso jardim com árvores demarcando o terreno. Demi imaginou o
caleidoscópio de cores que aquelas folhas assumiriam quando chegasse o outono.
Por enquanto o verde da grama e das cercas vivas, bem aparadas, dominava a
paisagem. O jardim contrastava com o estado das janelas de madeira e das
chaminés duplas.
Demi sorriu diante da
realização de seu sonho de uma casa elegante.
— Esse
lugar é incrível, mas o que estamos fazendo aqui?
Joe estacionou o carro
e desligou a ignição.
— Você
vai ver.
Antes que ela dissesse
mais alguma coisa, ele desceu e correu para abrir a porta do passageiro. Demi
desceu e respirou fundo, sentindo o perfume da maresia, e o seguiu pelo caminho
de seixos até as portas da mansão.
— Quem
mora aqui?
— Nós
— respondeu ele, tirando a chave do bolso.
Demi ficou boquiaberta
e sem palavras ao segui-lo para um hall de entrada de tirar a respiração até
mesmo de pessoas mais estoicas.
O pé
direito tinha cerca de seis metros, e uma escada larga, acarpetada de azul, serpenteava
até o segundo andar. Tomada pela curiosidade, ela seguiu até o pé da escada,
abaixou-se e levantou a ponta do carpete para encontrar degraus de madeira.
Lembrou-se dos projetos de decoração que gostava de fazer e logo imaginou que
um papel de parede bonito em algumas paredes acrescentariam mais charme ao
local e... Espere um instante, pensou, dando um passo atrás. Será que tinha
ouvido direito o que Joe dissera? Ao se virar para ele, encontrou-o com uma
expressão de felicidade.
— Se
bem me lembro, você disse que não tinha casa.
— Era verdade até essa
manhã.
— Como?
— Eu comprei â casa
hoje de manhã.
— Assim... sem mais nem
menos?
Joe respondeu que sim
com a cabeça.
— Isso quer dizer que
você acordou, tomou café, uma ducha, veio passear na costa e descobriu essa
casa do nada?
— Na
verdade, falei com Daniel e disse da minha intenção, e ele sugeriu esse lugar.
A casa foi construída nos anos de 1800 e passou anos em uma disputa judicial,
razão por que está nesse estado.
— É
linda... — disse Demi, imaginando que a reforma seria o sonho de qualquer
decorador.
— Ainda
leva uns dias para a papelada ficar pronta — Joe continuou. — Mas já podemos
nos considerar proprietários.
Nossa! Casar-se com Joe
tinha sido uma coisa, Ter um filho dele, outra, mas possuir uma casa juntos?
Até então aquela união parecia um casamento de verdade, algo grandioso demais
quando comparado a para o que Demi tinha se preparado.
— Como
é que você decidiu comprar uma casa para nós sem me consultar?
— Se
você não estivesse tão focada no seu trabalho, até poderia ter falado com
você. Daniel me disse que você já trabalhou com design de interiores, por isso
achei que fosse gostar de decorar essa casa.
— É
verdade. A casa precisa ser reformada. — Demi seguiu até o batente onde Joe
estava apoiado e passou o dedo sobre a pintura. — Alguém passou massa sobre o
mogno e cobriu o piso original. Acho que a casa precisa ser restaurada e voltar
ao seu estado original.
— Confio
em você para executar o projeto.
Demi o encarou,
procurando disfarçar a euforia de assumir a obra.
— Vamos
precisar de muito dinheiro e tempo.
— Nenhum
dos dois é problema para mim. Tenho certeza de que há bons empreiteiros em
Boston que poderiam assumir o trabalho. Daniel está pesquisando para mim.
Daniel, pensou Demi,
prevendo o que diria a ele também. Se bem que não podia culpá-lo, pois ele
achava que os dois estavam felizes com o casamento e planejando um futuro
juntos. Ter uma casa fazia parte da sequencia natural das coisas. Aliás, uma
mansão estonteante.
Mesmo não tendo sido
consultada, Demi podia reassumir o controle, gerenciando a reforma.
— Vamos
ver o restante da casa?
Demi parou,
lembrando-se de que precisava estabelecer algumas coisas antes de se apaixonar
completamente pela casa.
— Primeiro
temos de decidir o que será desta casa quando não estivermos mais juntos.
— Você
está falando no divórcio? — perguntou ele, mudando a expressão do rosto..
— Exatamente
— ela respondeu, reagindo à súbita ira de Joe.
— A
casa será sua. Não preciso dela se não tiver uma família.
Demi arrependeu-se da
falta de consideração quando percebeu o tom de voz dele. Afinal, ele tinha
proporcionado um lar a ela e ao provável filho.
— Desculpe-me,
Joe. A casa é linda de fato, mas eu gostaria que tivesse me consultado
primeiro.
— Não
tive tempo. Você saiu correndo para trabalhar. — Ele cruzou os braços,
parecendo mais poderoso e menos bravo. — Acredito que resolvemos nosso problema
de moradia. Há quatro quartos lá em cima, um para nosso filho, outro planejo
montar meu escritório. Você se encarrega em decidir o que faremos com os
outros dois.
— Podemos
discutir isso mais tarde. — Demi estendeu a mão para ele. Um gesto de amizade,
convenceu-se, embora soubesse que o menor contato físico com ele era
desconcertante. — Vamos ver o restante da casa?
Em vez de aceitar tomar
a mão dela, Joe gesticulou para a sala.
— Logo
depois de você...
Demi sentiu uma pontada
no coração ao ficar com a mão parada no ar. Não podia culpá-lo. Afinal, ele
tinha sido tão generoso, e ela tinha arruinado a magia do momento lembrando o
divórcio. Mas pensar que o casamento podia ser eterno a amedrontava,
principalmente o fato de não estar mais no controle de sua vida. Por outro
lado, era preciso considerar que, sempre que estava ao lado dele, esquecia-se
da razão, ouvindo apenas a voz do coração, que clamava que aquele casamento se
tomasse algo mais do que um simples acordo.
Em silêncio, entraram
juntos na sala de estar, um cômodo enorme com apenas uma lareira de tijolos
pintados de branco num canto. Joe abriu uma porta de correr que revelava uma
provável sala de jantar com um pé direito alto, paredes cinza, emolduradas por
gesso branco. Havia um enorme lustre de cristal pendurado no centro da sala. A
madeira rangeu quando Demi pisou no assoalho.
— Essa
é a suíte máster — anunciou Joe.
— Mas
é grande demais para ser um quarto! — exclamou Demi, arregalando os olhos.
— É verdade — ele
concordou, sorrindo. — E aqui é o banheiro, modernizado por uma ducha e uma
banheira em que cabem dois.
A imagem dos dois
tomando banho juntos e fazendo amor se infiltrou na mente de Demi. Como
pretendia não se ligar emocionalmente a um homem com quem dividiria a casa e a
mesma cama? Ou a mesma banheira?
— E
bacana — disse ela, simplesmente. — Como serão os móveis?
— Deixo
isso a seu critério. Abri uma conta em seu nome na melhor loja de móveis da
cidade. Você pode escolher o que quiser.
— Você
não quer participar do processo?
— Prefiro
deixar por sua conta, contanto que a cama seja confortável e aconchegante.
Joe merecia a cama que
quisesse, mas não necessariamente a mesma que ela. Já que havia mais quartos,
poderiam ficar separados. Sim, aquela seria a melhor solução se quisesse se
manter distante emocionalmente, embora a ideia não fosse nada atraente. Teria
de abordar o assunto sem deixá-lo mais bravo.
Demi abriu as portas de
correr que apresentavam uma varanda amurada com piso de tábuas. Dali podia-se
ver o porto e vários tipos de embarcações desfilando no mar. Para melhorar a
vista, só mesmo um belo pôr de sol, ela concluiu.
— Que
espetáculo bonito...
— O
muro garante privacidades se estivermos sentados aqui.
Mesmo sem olhar para
trás, Demi sentiu a presença dele logo atrás pelo perfume da colônia que
combinava perfeitamente com a voz sensual.
— Acho
que podemos colocar uma mesa e algumas espreguiçadeiras, onde poderemos tomar
café sem roupas.
— Há
muitas outras coisas que podemos fazer sem roupas — disse ele, com a voz baixa
e encantadora.
As palavras ficaram
suspensas no ar junto a uma tensão momentânea.
— Você
não disse que há mais quartos no andar de cima? — Demi perguntou, intrigada
pelo tremor na voz.
— Sim.
Essa suíte foi construída depois e não tem nada a ver com os outros cômodos. Há
um quarto no fim do corredor que pode servir de berçário enquanto nosso filho
for bebê.
— Isso
é ótimo.
Mas não tanto quanto a
proximidade perigosa dele, pensou Demi, muito menos as mãos em seus ombros e a
reação inesperada de seu corpo.
Foi preciso se segurar
para não virar e enlaçá-lo pelo pescoço e deixar-se dominar pela forte química
que havia entre ambos. Enquanto decidia se render à glória de ser abraçada, Joe
tirou as mãos dos ombros dela e se afastou, rompendo a magia do momento.
— Vamos
subir? — perguntou ele.
Ao encará-lo, viu o
brilho da volúpia nos olhos dele, o mesmo que devia reluzir em seus olhos.
— Vamos, sim — ela
concordou, deixando perceptível o quanto estava sem graça. — Gostaria de ver a
planta dos quartos. Tenho certeza de que encontrarei um que satisfaça minhas
necessidades.
— Suas
necessidades? Você não gostou desse quarto?
— É
lindo, mas acho que deve ser seu.
— Pensei
que fôssemos dividir o mesmo espaço.
Apesar de ele não ter
gostado da sugestão, Demi se manteve firme.
— Não
acho que seja uma boa ideia.
Joe encurtou a
distância que os separava e passou o dedo ao longo do maxilar dela. Era a
primeira vez que ela via ternura naquele olhar.
Só estou pedindo uma
chance para nos conhecermos melhor. É importante para mim. Quero também
proporcionar o melhor para você e o bebê. Espero que me permita ao menos isso.
Prometo que não vou tocá-la, a não ser que me peça.
Demi reconsiderou que
podia dividir a cama com ele, contanto que evitasse qualquer intimidade se ela
estivesse mesmo grávida. Recusava-se a deixar que ele controlasse sua vida e o
coração. Mas observá-lo com aquele olhar meigo e todo aquele charme levou-a a
uma conclusão. Morar com ele seria muito difícil, pois era quase inevitável se
apaixonar.
O caminho
de volta foi feito em silêncio. Joe ainda estava pensando na preocupação de Demi
sobre o que fariam com a casa no caso de uma separação. Na verdade, a preocupação
maior era com ele mesmo. Ele se recusava a ser banido da vida dela, ainda mais
se houvesse uma criança envolvida. Teria de arrumar argumentos irrefutáveis de
que precisavam morar juntos. Como faria isso permanecia uma incógnita. Ou
talvez não, pois o desejo entre eles era inegável e seria algo que poderia ser
usado em favor dele. Isso e o fato de que se separariam em breve.
Enquanto Demi examinava
os quartos, ele tinha recebido um telefonema de um investidor requisitando seus
serviços. Apesar de preferir não se ausentar, foi forçado a marcar uma reunião
na Europa se não quisesse perder um negócio lucrativo.
A distância seria a
cura ideal para a indecisão de Demi. Recusava-se, porém, a admitir que ela
pudesse não sentir sua falta.
Quando estacionaram na
frente da sorveteria, Joe ergueu a capota do carro para ter mais privacidade e
encarou-a.
— Tenho
de lhe dizer uma coisa. Preciso viajar a negócios imediatamente.
— Hoje? — indagou ela,
não gostando da ideia.
— Esta
noite.
— Então
não poderemos... — Ela gesticulou sem graça antes de cruzar as mãos no colo sem
jeito. — Você sabe do que estou falando.
— Fazer
amor? Lamento, mas terá de esperar.
— Não
posso, tenho apenas mais dois dias férteis.
— Bem,
se você ainda não estiver grávida, creio que teremos que adiar até o mês que
vem. — Ele, certamente, ficaria louco se até lá não pudesse tocá-la, mas
procurou relevar o assunto.
— Você vai ficar um mês
fora? — o tom de frustração na voz de Demi o deixou feliz.
— Prevejo algo em torno
de duas semanas.
Demi ficou em silêncio,
pensativa antes de perguntar:
— Qual é o horário do
voo?
Às seis horas da tarde.
— Mas só saio da Cyrusssa
às sete.
Joe colocou a mão sobre
as coxas dela e acariciou de leve.
— Bem,
o trabalho nos chama.
— Acho
que tem razão.
Demi brincava com o
botão da blusa e o simples gesto fez subir a temperatura de Joe, o corpo
adquirindo vida própria. Ele a desejava e queria que a recíproca fosse
verdadeira. Seria ótimo se conseguisse convencê-la a passar aquelas últimas horas
em sua companhia. Contudo, não o faria com palavras. Assim, insinuou a mão por
baixo da saia dela, movimentando os dedos bem devagar.
— Você
tem certeza de que precisa mesmo voltar para o trabalho?
— Não... — ela
respondeu, sem olhar para o lado. — Quero dizer, sim. Mimi deve estar
imaginando onde estou.
Com a outra mão, Joe
tomou o queixo dela, forçando-a virar para poder beijar-lhe a boca. Demi
correspondeu com paixão, tal como ele, um gesto bem mais efusivo de demonstrar
seus sentimentos, apesar de dizer o contrário.
— Vamos
para o hotel — ele convidou, afastando-se um pouco.
Joe viu uma nesga de
indecisão nos olhos dela, mas que foi logo substituída pelo brilho da
determinação.
— Preciso
voltar ao trabalho, e você tem de arrumar as malas.
— Tem certeza de que
não quer construir memórias para quando eu estiver longe? — indagou ele,
ousando mais um pouco nas carícias na parte interna da coxa de Demi.
— Não
podemos fazer amor aqui, em plena luz do dia — ela protestou, fechando as
pernas com força.
Joe se inclinou mais um
pouco para alcançar-lhe os ouvidos.
— Existem
muitas maneiras de se fazer amor, Demi, não importando o lugar. Estou disposto
a mostrar cada uma delas.
Demi puxou a mão dele,
convicta.
— Acho que temos de
lembrar os termos do nosso acordo. Não faremos amor depois que eu engravidar.
Caso contrário, complicaremos tudo.
— Está
certo, só iremos para a cama se essa for a sua vontade. — A determinação dele
minou as defesas de Demi, tal qual ela havia feito antes, deixando-o louco de
raiva por não poder saciar seu desejo. — E você vai pedir, Demi. Tenho certeza.
Depois de quinze dias,
dez horas e vinte minutos que Joe tinha partido, Demi ainda encontrava tempo
para pensar nele, apesar de estar com o tempo dividido entre a reforma da casa
e o trabalho na Cyrusssa.
A todo instante era
invadida pelas lembranças dos beijos, dos carinhos e da noite em que tinham
feito amor. A saudade levou a certeza de que dormiriam separados quando ele
voltasse.
Fazia dois dias que
tinha desocupado o apartamento e levado o que tinha trazido de Montana para a
casa nova. A suíte máster já estava pronta. As paredes tinham sido revestidas
por um papel de parede rosa-claro, o banheiro tinha ganhado louças italianas e
as madeiras do piso haviam sido substituídas. A primeira leva de móveis já
tinha chegado, incluindo uma cama kingsize com dossel, a única coisa que tinha
encomendado até então. A perspectiva de dormir ali sozinha ampliou o vazio em
seu coração desde a partida de Joe. A solidão era a mesma que sentira antes de
se mudar para Boston.
Conversara algumas
vezes com Miley, feliz por a prima não estar mais tão aborrecida, mas nem isso
preenchia a lacuna de sua alma. Nem tampouco os telefonemas de Joe, na maioria
das vezes para a Cyrusssa. Ele não dizia muita coisa, mas o tom de sua voz o
traíra, evidenciando as saudades.
Demi achou melhor
assim, pois já tinha emoções demais dominando os próprios pensamentos. Seria
melhor manter o relacionamento com Joe num nível prático, a menos que estivesse
grávida. Em minutos saberia o resultado do exame. Estava atrasada havia apenas
três dias, mas o teste garantia que era tempo suficiente para saber o
resultado.
Enquanto
se arrumava para ir trabalhar, tinha procurado não olhar para o bastão do teste
de farmácia para checar o resultado, apesar da curiosidade máxima.
De frente ao espelho, Demi
fez uma trança no cabelo enquanto os segundos arrastavam-se em horas. Escovou
os dentes, ansiosa para olhar para o lado. Enquanto passava uma maquiagem
leve, o alarme tocou. Havia chegado o momento da verdade.
Depois de tantos
minutos de apreensão, em vez de olhar logo, Demi ficou paralisada, com medo de
se frustrar.
Foi só após tirar uma
mancha de batom do rosto que pegou o bastão com a mão trêmula e o coração em
descompasso. Olhou para o visor, desviou o olhar e olhou de novo. Ali estava
finalmente a resposta de seus sonhos.
Positivo.
Estava grávida. Grávida
e perplexa, feliz e amedrontada, celebrando o milagre com lágrimas nos olhos.
Pena não poder compartilhar a notícia com o pai da criança. Pensou em ligar
para Joe, mas receou atrapalhar o dia de trabalho ou mesmo se aquele tipo de
notícia devia ser dada por telefone.
Ele havia dito que
chegaria em duas semanas. Talvez tivesse sido melhor esperar para fazer o
teste, mas, de certa forma, não esperava pelo resultado positivo. E, quanto
antes descobrisse, melhor. Agora podia começar a se preparar, marcar consulta médica,
mudar os hábitos alimentares e parar de ingerir tanta cafeína. Havia atingido
seu objetivo e não tinha mais razão para se deitar com Joe. Não havia
necessidade de fazer amor com ele, mas isso não diminuiu o desejo.
Demi passou o dia
circulando pela sorveteria, radiante de felicidade. Ficou melancólica apenas
quando serviu uma família com duas menininhas encantadoras. Sentiu um aperto
no coração ao testemunhar o carinho como eram tratadas pelos pais, que volta e
meia trocavam olhares cheios de amor. Imaginou como seria ter uma relação como
aquela com um homem que deixasse seu amor transparecer até para um estranho e
um filho que a olhasse transbordando de amor. Pelo menos o filho ela teria.
Assim, não ficaria totalmente sozinha.
Quando voltou para casa
no final do dia, estava com os pés doendo e o coração repleto de saudades.
Depois de um jantar leve em frente à TV, tomou banho e deixou a água correr
pela barriga, acariciando-a. Ainda não acreditava que estava grávida. Talvez,
quando contasse a Joe, fosse mais fácil de se conscientizar. Isso é, se o
visse de novo.
Antes de sair do
banheiro, checou de novo o teste, como se tivesse a possibilidade de ter
mudado. Mas não, estava mesmo grávida, feliz, mas ainda solitária. Antes de
vestir a camisola, hesitou e observou os dois closets a sua frente. Dois
armários de pessoas que coabitavam o mesmo espaço, mas pertencentes a mundos
diferentes e praticamente vivendo vidas separadas.
Não era a primeira vez
que abria o armário de Joe, que tinha levado sua roupa para lá assim que
assinara a escritura da casa. Devagar, passou a mão pelos temos e camisas,
detendo-se num autêntico roupão árabe. Nunca o tinha visto usar aquilo, mas
podia imaginar que a roupa o deixaria irresistível.
Como uma esposa saudosa
do marido, ela tirou o roupão do cabide, deixou cair a toalha e o vestiu sobre
o corpo nu. O tecido áspero arranhou-lhe a pele e estava grande demais nas mangas
e no comprimento. Mesmo assim, não o tirou de imediato para que a aura com o
perfume dele não se esvaísse. Usar aquela roupa deixava a sensação de estarem
mais perto, embora a milhas separados...
— Gostou do meu
djellabah?
Fui
pega, pensou ela
assim que ouviu a voz forte de trás de si.
Demi teve uma breve
impressão de que estava sonhando. Mas, ao se virar, encontrou Joe na porta do
quarto, segurando a caixinha do teste de gravidez que ela havia esquecido sobre
a pia do banheiro. Ali estava ele, lindo e intenso como sempre, porém não
estava sorrindo; parecia até bravo.
— Não
ouvi você chegar.
— Estou
aqui desde o começo da tarde.
— Onde?
— No quarto que fiz de
escritório. Meu computador foi entregue hoje enquanto você estava trabalhando.
E pensar que tinha
preparado jantar e tomado banho sem suspeitar de nada. E ele sequer se importou
em avisar que estava em casa.
— Há alguma coisa que
queira me contar? — indagou ele, levantando a caixinha do teste.
— O teste foi positivo
— ela contou, abraçando-se com frio.
E esperou pela reação
dele, um sorriso, um abraço ou uma palavra qualquer. Mas ele continuava ali em
pé, em silêncio e mal-humorado.
— Você não vai dizer
nada? — exigiu Demi, impaciente por saber logo o que ele tinha achado da novidade.
— Estou contente com a
notícia.
Contente? Mas só
aquilo? O sorriso desapareceu do rosto dela.
— Estou feliz, esse é o
momento mais maravilhoso da minha vida — acrescentou ele.
O comentário
não a convenceu. Ela ansiava por um abraço, ou qualquer outra reação mais
esfuziante.
— Preciso
terminar de trabalhar. Estarei lá em cima se precisar.
Joe deu as costas e
saiu do quarto, deixando-a só com o roupão, sentindo-se como tivesse levado
uma flechada no coração. Procurou se convencer de que ele estava em choque, ou
com medo, assim como ela.
No entanto, duvidava
que existisse alguma coisa que amedrontasse o sheik Joe Jonas-Saalem.
Nossa .. Joe ficou mega puto =/ tipo.. Com ela gravida nada de sexo pra ele kkk mas ela não tem culpa de engravidar logo de pimeira kkk tiaaaaaa quero logo Jemi apaixonados !!!
ResponderExcluirVc viu o TCA ??? A Demi sentou com o Nick e ele tocou bateria em MITUSA , mt lindosss e ela ficou de lero lero com o Joe <3 fotos Jonato ameeei
posssta logooo tiaaa
Tiiiiiiia *---* Qe lindezas de capitulos, a cada dia qe passa fico mais apaixonada nessa fic !! Haha nao vejo a hora de ver dona Demi implorando por ser tocada pelo Joe kkkk Ta muito perfeito os capitulos ,aa eu li em algum dos capitulos qe essa fic vai ter Niley é vdd ??
ResponderExcluirBjocas da Mari Maricota (:
Tiaaaa finalmente posso comentarrr. Quer me matar com um cap desses? Ta perfeitooooooo. Vc como sempr arraza. Vc diva. Posta logooo. E trate d postar no outro tmb, louca pra ver a demi ma. Bjs. Love you. Iza.
ResponderExcluirAaaa que perfeito 2 capítulo de uma vez,adorei <3
ResponderExcluirQue fofo eles estão morando junto,
Vish....acho que o joe ficou chocado por ser pai assim de repente...ele nem mostrou reação...mais no fundo deve ter, amado.
Tá perfeito <3 <3
Posta logooo
Beijos
Não comentei no anterior por que tinha esse e bem...
ResponderExcluirNão dava para saber qual era mais devi! *o*
Meu Deus... Eu amei aquele "Hot"!
Eles vão se apaixonar a vão sim senhora! kkkkkkkkk
Joe agiu tão friamente que... Fiquei triste :(
Mais eu sei que vai rolar alguma coisa muito boa, a Demi vai cobrar alguma reação a mais dele e posso prever que eles vão se agarrar! Eu sei disso kkkkkkkkkk >.< Mais mesmo que não tenha uma pegação eu vou gostar ok? Gente eu estou tão animada :D!
Posta logoooooooooooo tia >.<
Cara, eu pensei que o Joe ia quase infartar de felicidade, mas ele reagiu desse jeito tão estranho... Eu já até sei o motivo kkkkkkk mas mesmo assim, né? Deixa ele! Duvido que não vai amolecer quando ouvir as batidas do coraçãozinho do neném u.u
ResponderExcluirAaaah vai ter Niley mesmo nessa fic? *o* Omg! Agora eu to mais ansiosa ainda! Kkkkk
Posta logo!
Beijos!
Sem sexo pro Joe kkkkk ta lindo esse capitulo , posta logoooo, quero jemi apaixonadoooos, e mais hot kkkkk
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