"O Sheik" 07


CAPÍTULO SETE 

O medo que o dominou quando soube da gravidez de Demi foi uma surpresa para Joe. Devia estar abraçando-a, celebrando o nascimento de seu filho, mas, em vez disso, tinha fugido para seu escritório.

Fazia alguns anos que tinha aprendido que era preciso ficar sozinho para manter o foco. Contudo, a imagem da felicida­de de Demi não lhe saía da cabeça. Só pensava em tomá-la nos braços, beijá-la ardorosamente e levá-la para cama para comemorar.

Tinha fugido por medo de Demi abandoná-lo antes mesmo do que o previsto no acordo. Havia algum tempo tinha sido traído por uma mulher que amava com todas suas forças, al­guém que tinha aceitado o dinheiro de seu pai para deixá-lo. Tinha sido difícil, mas conseguira sobreviver, prometendo a si mesmo que não repetiria o erro de se deixar levar pelas emo­ções. Até então, tinha dado certo. Até conhecer Demi.

De algum jeito era preciso convencê-la de que poderiam ter um futuro sólido, talvez até uma relação baseada no amor. Para tanto, tinha que dedicar a ela todo o carinho e devoção.

Resoluto, Joe desligou o computador, deixou de lado uma pasta de documentos e saiu na direção da suíte.

Vestida em uma camisola simples de algodão, Demi estava sentada com a cabeça baixa e um livro velho de capa preta no colo. Ao ouvir o ruído, ela levantou os olhos marejados. Uma onda súbita de arrependimento e desejo de protegê-la o impeliu para frente, para abraçá-la.

— Lamento muito, Demi. Agi como um desalmado.

Ela enxugou as lágrimas com as costas das mãos, antes de dizer:

— Esse é o diário da minha avó. Eu estava lendo a parte em que ela conta que tinha roubado meu pai do hospital, mesmo sabendo que era errado.

Joe já havia ouvido a história de Daniel, sabia da morte dos pais de Demi no ano anterior, mas, mesmo assim, ficou abala­do com o que acabara de ouvir.

— Ela escolheu ficar com a criança que não era legalmente sua.

— Sim, mas precisou carregar o peso da culpa. Isso não a inocenta, mas eu a perdoo. Sinto muito não ter dito isso a ela antes de sua morte.

Joe afastou uma mecha de cabelo do rosto dela, repleto de lágrimas.

— Você a amava muito, não é?

— Com todo o meu coração.

I’lli faat maat — disse ele.

— O que isso significa?

— O passado está morto. Águas passadas não movem moinho.

Palavras sábias de alguém que tinha sido incapaz de seguir o próprio conselho e perdoar o pai. Talvez jamais o perdoasse.

— Meus avós foram maravilhosos. Eu não teria tido uma mãe e um pai melhores — disse ela, depois de respirar fundo. — E agora não posso nem participar que estou grávida.

Joe abraçou-a com mais força, com mais remorso do que antes.

— Conte comigo, Demi. Estarei sempre ao seu lado e do bebê.

— Será que você pode ficar assim comigo mais um pouco? — pediu ela, com um olhar de súplica.

— Sem dúvida.

Demi tirou a colcha e o puxou para deitar sobre o travessei­ro. Joe sabia que seria um teste definitivo de força de vonta­de. Soltando-a um pouco, tirou apenas a camisa e os sapatos, achando melhor ser cauteloso.

Aninharam-se na cama, pernas encaixadas, e Joe enlaçan­do a pela cintura. Foi preciso lutar contra o desejo e a urgência em se despir inteiro, amoldar aqueles seios nas mãos em con­cha e livrá-la da camisola para sentir a pele nua contra a sua. Mas sabia que ela queria apenas o aconchego, e nada mais.

Não demorou que a respiração de Demi ficasse mais pausa­da, indicando que tinha pegado no sono. Joe ainda estava com os músculos túrgidos e o coração prestes a liberar uma emoção que tinha suprimido durante tantos anos. Assegurando-se de que ela estava de fato dormindo, pousou a mão so­bre o ventre que abrigava o filho.

Depois de conhecer Demi tinha voltado a ter esperanças de uma vida nova e de perpetuar seu legado. Todas as suas re­sistências foram minando à medida que se desfazia a carcaça emocional. O sheik Joe Jonas-Saalen, que não se curvava a ninguém, estava em perigo iminente de ceder à esposa uma par­te de seu coração, mesmo sabendo que havia o risco de ela o abandonar. Para que a história não se repetisse, estava disposto a não pressioná-la a fazer amor. Proveria conforto e segurança até que ganhasse a confiança de Demi. Quem sabe um dia tudo isso se revertesse a seu favor.



Demi estava perplexa com seu bem-estar naquela semana. O médico tinha dito que ela podia sentir sono, mas seu nível de energia estava ótimo. Verdade fosse dita: ela demorava a pegar no sono por estar sempre nos braços de Joe desde que ele tinha voltado de viagem. Tinha sido um trabalho penoso convencê-lo a usar ao menos a calça, já que ele se recusava a vestir a blusa do pijama.

Depois de tudo, era de se admirar que ele se contentasse em ficar abraçado apenas. Não foram poucas as vezes em que qua­se sucumbiu à urgência de pedir que fizessem amor. O orgulho a tinha ajudado a se manter firme, mas o motivo maior era a preocupação de se afeiçoar demais. Por uma razão ou outra, tinha evitado qualquer contato físico maior, o que a estava dei­xando louca. Especialmente naquela noite.

Enquanto estava terminando de lavar a louça na recém-reformada cozinha, Joe veio lhe fazer companhia logo após o ba­nho. Estava acostumada ao ligeiro tremor que sentia ao vê-lo, e naquela noite não foi diferente, ainda mais por ele estar irresis­tível com uma calça de pijama branca.

O perfume discreto da loção pós-barba serviu como um es­topim para a libido de Demi, deixando-a com vontade de se atirar nos braços dele. Tudo o que ele dizia, mesmo sobre o dia de trabalho, soava como música nos ouvidos dela.

— Como tem se sentido? — ele perguntou, enquanto secava a última panela.

Como uma libertina com pensamentos fixos no quarto de dormir.

— Estou bem, mas tive um desejo hoje. Não ria.

— Vou tentar.

— Azeitonas. Eu estava trabalhando quando senti um desejo enorme. E não queria apenas uma, mas o jarro inteiro.

— De fato é um desejo estranho — disse ele, reprimindo um sorriso.

Se ele soubesse de seus outros desejos, não se surpreenderia tanto.

— Fico feliz que você esteja bem, mas acho que está trabalhando demais na sorveteria e na reforma aqui em casa.

— Até agora não tem sido problema, tenho energia sobrando — disse ela, dando de ombros.

— Bem, os novos eletrodomésticos chegam no fim da semana, assim não precisaremos mais lavar louça, pelo menos. Estou pensando em contratar uma governanta.

Demi teve vontade de confessar que gostava daquela rotina noturna, quando tinham oportunidade de conversar e ficar juntos. Aos poucos o conhecia melhor, apesar de ainda restar uma centelha de mistério o envolvendo que atiçava sua curiosidade.

— Não ligo para lavar a louça de nós dois apenas. Acho que não precisamos de mais ninguém.

— A casa é grande, Demi. Quando o bebê chegar, você não terá tempo para todos os afazeres.

— Tem razão, acho que seria bom ter ajuda — comentou ela, colocando o último prato no escorredor.

— Vou começar as entrevistas logo que possível.

— Gostaria de participar do processo — Demi pediu, encos­tando as mãos molhadas na pia.

— Você não confia em mim?

— Não é isso — respondeu ela com um sorriso. — E se eu qui­ser contratar um rapaz?

Joe apertou os olhos para fitá-la e engoliu em seco.

— Você está falando sério?

— Claro. Por que não? Você não está me ajudando com a louça? E está se saindo muito bem.

Joe deu um sorriso de lado e mudou o tom de voz.

— Gosto muito de trabalhar com as mãos, apesar de nunca as ter usado para lavar louça.

Demi estava mais interessada que ele usasse as mãos em seu corpo. Como se tivesse lido seus pensamentos, Joe deixou o pano de prato sobre a pia e a enlaçou pelas costas.

A proximidade a fez suspirar e reprimir a vontade de con­fessar que queria fazer amor ali mesmo, no chão, em cima da bancada, contra a geladeira, qualquer coisa que acalmasse seus hormônios. Na verdade, seu desejo podia se resumir naquilo mesmo, uma corrente de hormônios da gravidez. Pelo menos era mais lógico pensar assim.

— Quais os serviços que você vai pedir ao empregado? — in­dagou ele, divertindo-se com a insinuação.

Demi olhou para ele por cima do ombro.

— Ah, coisinhas como passar o pano no chão, aspirar e, claro, massagens ocasionais.

Aceitando o discreto desafio, Joe apertou os ombros dela de leve, seguindo até a base do pescoço. Demi inclinou a cabeça para facilitar o acesso.

— Humm, até que você se vira bem nesse quesito.

— Só isso?

— Tudo bem, você é ótimo, principalmente quando acerta o ponto de tensão.

Se bem que ele estava bem longe de estar no lugar certo, mas bastaria uma sugestão para que ele satisfizesse suas vonta­des completamente. Como se de fato ouvisse o clamor de seu corpo, Joe deslizou as mãos até o cós da calça.

— Aqui é melhor?

Sem pensar nas consequências, Demi puxou as mãos dele para cima, pousando-as em seus seios, e recostou-se ao peito forte.

— Acho que preciso de um pouco de atenção aqui...

Sentir aqueles músculos firmes contra a pele e as mãos ha­bilidosas apertando-lhe os mamilos foi o gatilho para que todos os seus desejos aflorassem.

— Está bom assim?

— Quase...

— Onde mais você precisa de atenção?

A respiração quente de Joe a acariciava no pescoço, despertando seus mais íntimos anseios.

— Quero... — ela começou a dizer, conforme levava uma das mãos dele até seu baixo-ventre.

— Confesse seus desejos.

O pedido a fez tremer e ficar mais ousada. Assim, virou-se e entremeou os dedos nos cabelos úmidos dele.

— Preciso de você, Joe, em todos os sentidos.

— Seja mais específica.

Joe sabia exatamente o que ela pedia, mas queria ouvi-la verbalizar o desejo.

— Quero fazer amor com você.

Afastando-lhe o cabelo do ombro, revelando a pele alva, ele trilhou uma sequencia de beijos rápidos até o pescoço.

— Bem, então é melhor irmos para o quarto.

O quarto era íntimo demais, pensou ela. Se fizessem amor na cozinha seria mais impessoal, apenas sexo, nada a ver com sentimentos. Talvez assim fosse possível pensar que estava apenas satisfazendo seus instintos básicos, deixando o coração de lado.

— Esqueça a cama... — ela pediu, encostando-se mais e per­cebendo que ele já estava pronto. Nenhuma novidade. — Não quero esperar nem mais um segundo. Meu médico disse que não há problema em fazer amor.

— Você foi ao médico?

— Sim, hoje de manhã.

Joe virou-a de repente para encará-la.

— Você nem pensou em me chamar para acompanhá-la?

Pronto, o momento íntimo tinha terminado.

— Houve um cancelamento de última hora e fui chamada. Era pegar ou esperar até o mês que vem. Além do mais, você estava ocupado, e essa foi a primeira de uma série de consultas.

— Exatamente por isso que eu devia ter ido. Trabalho ne­nhum me impediria de acompanhar você.

Demi estava tão acostumada a fazer tudo sozinha que nem cogitou que uma consulta médica tivesse tamanha importância.

— Foi apenas um exame de rotina. Está tudo bem. Venha co­migo no mês que vem, quando farei uma ultrassonografia.

Joe saiu da cozinha com passos duros sem dizer mais nada. Demi correu para alcançá-lo, frustrada por ele sempre parecer fugir quando o assunto o perturbava demais. Mas não permiti­ria dessa vez.

— Aonde você vai?

— Preciso de ar fresco.

Assim dizendo, entrou no quarto, abriu as portas de correr e saiu para o terraço, detendo-se no muro de tijolos para observar o porto.

Demi notou que seus dedos estavam esbranquiçados, tama­nha era a força com que segurava a mureta.

— Ah, então é assim, não é? Pedi para que fizesse amor co­migo, exatamente como você havia previsto, e você perde o interesse de repente?

— Talvez não esteja de bom humor.

Demi forçou o riso alto.

— Seu humor estava ótimo quando começamos essa conver­sa na cozinha.

Joe estava de perfil, mas o maxilar contraído demonstrava sua raiva.

— Não nego que a desejo, mas também estou chateado por você não ter me chamado para ir ao médico.

— Sinto muito, Joe. — E estava sendo sincera. — Não sei mais o que dizer.

Ele deu um breve olhar para o lado para depois voltar a aten­ção para o mar.

— Gostaria que, daqui para frente, não se esquecesse de me chamar para tudo que envolva nosso filho.

Em qualquer outra situação, Demi teria discordado, mas não queria que a noite terminasse com palavras amargas e res­sentimentos. Ainda tinha esperanças de se perder nos braços dele, onde podia liberar toda a paixão que lhe oprimia o peito. Prometo que isso não vai mais acontecer.

— Ótimo.

— Com esse assunto resolvido, podemos continuar do ponto em que paramos na cozinha? — pediu ela, engolindo o orgulho.

O coração de Demi se contraiu quando ela o viu se afastar da mureta sem demonstrar a menor intenção de concordar. Mas acabou voltando e a abraçando por trás.

— É uma vista linda, não é?

E quem queria saber de vista? Ela não estava interessada em nada além de fazer amor. Ficar abraçada apenas não aplacaria suas pretensões. No entanto, a possibilidade de ser rejeitada mais uma vez a impediu de externar qualquer desejo.

— É verdade, quem projetou essa casa fez um ótimo trabalho.

— Eu soube que o dono foi um capitão. Ele costumava viajar por meses seguidos e acredito que sua mulher esperava por ele bem aqui.

— É uma visão bem romântica.

Contanto que estivessem apaixonados, pensou Demi. Mas era bom saber que uma história de amor se desenrolara no mes­mo lugar em que estavam naquele momento, ainda mais quan­do o futuro deles se resumia a um grande ponto de interrogação.

— Fico imaginando como eram os reencontros depois de muito tempo separados — comentou ele, insinuando a mão pelo decote do roupão dela e acariciando-lhe o seio.

A única coisa em que Demi podia pensar naquele momento era o efeito mágico da carícia, mas decidiu não se mover e dei­xar que ele regesse os movimentos dali para frente.

— Se nenhum dos dois arrumou amante durante o período separados, o encontro deve ter sido uma explosão.

— Ele não precisava de outra amante. — As mãos de Joe pas­saram a afagá-la com mais ousadia, apertando-lhe os mamilos.

— A esposa devia provê-lo de todo o necessário e ela também não precisava de nenhum outro homem.

— Isso porque ele deve ter sido um amante incrível.

— E que sabia satisfazer a esposa com maestria — disse ele, agora insinuando descer as mãos por dentro da costura da calça.

Demi sentiu arrepios antecipatórios por todo o corpo.

— Você não acha melhor irmos para o quarto?

— Talvez o casal nunca tenha passado dessa varanda, ou por isso tenham construído essa mureta — disse ele, deixando de delinear a orelha de Demi com a ponta da língua. — Acho que tinham pressa.

— Entendo a razão.

A voz de Demi estava rouca, e tinha na mente a visão de estarem fazendo amor ali mesmo.

— Talvez por isso tenham construído essa mureta, que ofe­rece a posição ideal se estivermos de pé, mas com o risco de algum marinheiro nos ver lá do porto.

— Só se ele tiver um binóculo potente, mas acho que ainda não tinham inventado um naquela época — disse Demi, feliz em dar um argumento coerente em meio a tantas emoções contidas.

— Mas agora... — Joe passou o dedo de leve sobre o final do ventre dela, levando-a tremer de prazer. — Quem sabe não tem alguém nos vendo agora?

Mas Demi não desejava a presença de mais ninguém.

— Acho que não. Estamos bem escondidos. Não daria para ver o que estamos fazendo.

Joe deslizou os dedos sobre os pelos alojados entre as per­nas dela.

— Acredito que seja possível adivinhar.

Demi gemeu conforme ele insinuava-lhe o dedo pelos músculos mais íntimos.

— Como? — sussurrou ela.

Joe se empenhou a massageá-la em seu ponto mais sensível, levando-a dobrar as pernas de tanto prazer.

Mesmo que ele não veja minhas mãos, pode adivinhar pela expressão do seu rosto.

Além da massagem extasiante, a possibilidade de alguém de fatos os estar observando aumentou ainda mais a excita­ção de ambos.

— Ele saberá que a estou tocando e terá inveja de mim.

A voz gutural em um tom hipnótico e as palavras sussurra­das tiveram o mesmo efeito em Demi que as mãos habilido­sas de Joe. Ele tinha como aliada a brisa que batia nos corpos ardentes, intensificando as sensações.

Imagine o que ele está pensando ao traduzir a expressão do seu rosto, Demi, sabendo que você está prestes a atingir o orgasmo?

Demi já estava com o corpo lânguido, que se balançava ao sabor do desejo. Tentou se virar, mas ele não permitiu. Na ver­dade, queria senti-lo em toda sua plenitude, dominando-a com uma força gentil. Quase desfaleceu de prazer quando ele apres­sou as carícias, mas não muito. A calma de sempre se transfor­mara em uma doce tortura.

No tempo exato, antes que ela ensandecesse, ele a tocou com dedos ágeis em movimentos circulares e firmes que quase a levaram ao ápice, mas ela se conteve, pois queria prolongar aquela sensação acachapante. No entanto, seu esforço foi em vão, pois Joe soube o momento certo para tocá-la no ponto precioso com a perícia de um cirurgião, levando-a a gemer alto enquanto viajava ramo às estrelas.

Ainda ofegante, deixou de sentir a presença dele e olhou para trás por cima dos ombros mais uma vez para encontrá-lo lutando para se despir o mais rápido possível. No segundo se­guinte estavam se beijando loucamente. Enquanto a explorava com a língua ávida, Joe a posicionou de costas.

— Apoie os braços na mureta.

Ela obedeceu, mas olhou por cima dos ombros desconfiada.

— Tem certeza...

— Há várias maneiras de se fazer amor, querida — disse ele enquanto se encaixava entre as coxas macias. — Confie em mim.

Demi confiou e não se arrependeu, quando ele a segurou pe­los quadris e a guiou naquela expedição rumo ao prazer absolu­to. Foi preciso apoiar a cabeça nos braços para melhor absorver o mosaico de sensações insólitas, enquanto Joe a penetrava, ao mesmo tempo em que acariciava sua intimidade mais uma vez.

Com os sentidos todos aguçados, Demi ouviu o som das on­das que preguiçosamente lambiam a areia a poucos metros dali. Misturada a essa melodia, ouviu a voz rouca de Joe sussurrar palavras que não entendeu, mas que tinham todo o significado quando acompanhadas pelos movimentos cadenciados, como se estivessem valsando, suave e lentamente. Unidos como que fundidos num só corpo, imprimiram um ritmo mais rápido àquele bailado, incorporando a sensualidade de um tango.

Demi chegou a mais um orgasmo depois de ouvi-lo di­zer seu nome e acompanhá-la naquela loucura. Exausto, Joe apoiou a cabeça nas costas dela antes de levantá-la e virá-la para si. Abraçaram-se experimentando o doce roçar dos corpos úmidos e saciados.

O céu tinha assumido a coloração única de cinza com raja­das de tons de rosa, amparando algumas estrelas solitárias e as luzes do porto. Um vento frio tomou lugar da brisa suave, mas Demi não se preocupou. Se fosse possível, ficaria abraçada a Joe durante uma eternidade.

Quando ele tensionou os braços, Demi olhou para trás para encontrá-lo com uma expressão de preocupação.

— O que foi?

— Acho que fui impetuoso demais, dada a sua condição.

 Ela simplesmente ficou na ponta dos pés e o beijou rapi­damente.

— Garanto que está tudo bem — ela o acalmou e beijou-lhe os lábios rapidamente.

— Eu devia ter sido mais cuidadoso.

— Não se preocupe, Joe, o bebê deve ter o tamanho de uma noz. Deixe para se preocupar quando ele estiver maior. — Demi riu ao se imaginar imensa. — Talvez seja eu quem deva ser mais cuidadosa.

Joe, finalmente, sorriu e relaxou.

— Isso quer dizer que teremos outros momentos iguais a esse?

Como resistir? Como poderia desistir do que ele acabara de proporcionar? Contanto que mantivesse o coração em seguran­ça. Isso é, se fosse possível.

— Se você se comportar, acho que podemos repetir sim. Caso contrário, vou contratar um caseiro.

— Minha ideia é ser tão bom para você que você não precisa­rá de outro homem em sua vida — disse ele, beijando-a de leve nos lábios. — Mas agora devemos ir para o quarto.

— Ótimo, não vejo problema em continuarmos na cama.

— Você precisa dormir.

— Ah, não, aquela mesma história de novo?

— Não estou com sono. Aliás, preciso de um banho.

— Ótimo, a água vai ajudá-la a relaxar. Vou preparar a ba­nheira para você.

Joe a beijou na testa e entrou no quarto, andando com a graça de um felino, sempre à vontade com a nudez. Demi, por sua vez, ficou mais inibida, mas logo vestiu o roupão de novo e juntou as roupas espalhadas de Joe.

— Quer tomar banho comigo? — indagou ela ao entrar no quarto.

— Ora, vejam, o que aconteceu com minha esposa cautelosa?

— Talvez ela não ainda não esteja satisfeita.

— Isso pode ser bem interessante... — disse ele, passando a mão no queixo e sorrindo.

Demi tomou-lhe a mão estendida e o seguiu para o banhei­ro, onde ficou desapontada por encontrar a banheira cheia.

— Não se preocupe, estarei mais perto do que você imagina.

Joe lavou o cabelo dela com muita proficiência, massageando o couro cabeludo e cuidando para não escorrer xampu nos olhos. Em seguida, colocou um pouco de sabonete líquido nas mãos e passou por todas as reentrâncias do corpo de Demi, chegando às regiões mais abissais, sem nenhuma pressa, preo­cupado apenas em proporcionar prazer a ela.

— Oh... Eu já... E por duas vezes — sussurrou ela.

— Nada a impede de continuar. Não nos subestime, querida.

Demi nem pensou em contestar. Aliás, aquele tinha sido seu último pensamento racional antes de se entregar totalmente a um tufão de sensações alucinantes, que varria todas suas reser­vas. Já não existia mais desejo, apenas fúria e urros lancinantes.

Quando os ponteiros do relógio voltaram ao ritmo normal, Demi encarou Joe com espanto. Jamais imaginara que podia se satisfazer tantas vezes em tão pouco tempo. Talvez estivesse se guardando para um momento como aquele, ou, quem sabe, Joe era habilidoso demais.

— Eu não disse que era possível? — indagou ele, orgulhoso.

— Como sabe que eu não estava fingindo?

— Acho que todo homem sabe a diferença.

Demi se lembrou de Carl.

— Pode acreditar que eles existem.

— Para mim, é um sacrilégio não saber se uma mulher está satisfeita ou não. — Joe se curvou e redesenhou os mamilos dela com a ponta da língua antes de continuar: — Eu saberia se você não estivesse sendo verdadeira.

Não entanto, Joe não havia percebido que ela fingia, sim, fingia que não estava apaixonada. Ou talvez estivesse com a atenção toda na pele macia de Demi, tentando aplacar uma fome recorrente de possuí-la novamente.

Demi o queria dentro da banheira, tinha saudades daquele corpo másculo contra o seu, apesar de estarem separados havia tão pouco tempo. Assim, jogou água no rosto dele, antes que reiniciasse a viagem rumo ao prazer absoluto sozinha.

Você tem duas alternativas: ou entra aqui comigo ou va­mos inaugurar o piso novo.

Com um sorriso maroto, Joe entrou na banheira e se sentou de modo a poder penetrá-la sem demora. Antes, porém, perde­ram-se em um beijo apaixonado, como se nunca tivessem se beijado, para depois entregarem-se à busca do mais profundo prazer, tendo a água morna como cúmplice. Joe sussurrou o nome dela antes de chegar ao clímax, o que a fez acompanhá-lo naquela jornada alucinante.

No silêncio do depois, Demi se sentiu fraca e perdida, ao mesmo tempo em que procurava entender como tinha se entre­gado tão completamente a um homem que estava tão determi­nada a evitar. Um homem que se apegava com tanta firmeza a seu controle quanto a hera que se insinuava pela janela. Tinha lutado tanto por sua independência com Carl, para voltar a ficar tão dependente agora. Mas Carl era o tipo de homem que se recusava a considerar uma mulher mais do que um bem físico. Bem diferente de Joe, que exalava carinho sob uma expressão séria, especialmente quando faziam amor. Entretanto, não po­dia jurar que ele lhe permitisse um espaço próprio.

Mas não queria pensar no assunto naquele momento. O mais importante era se deixar abraçar pelo marido e curtir ao máximo.

— Era disso que eu precisava — disse ela depois de longos minutos de carinho.

— Não vamos nos esquecer das azeitonas — lembrou Joe, rin­do e beijando-a na testa. — Vou comprar caixas de azeitonas se for esse o seu desejo. Basta pedir o que quiser.

Seria muito pedir que a amasse? Seria loucura demais se apaixonar também? Devaneio ou não, era apenas uma questão de tempo, se já não fosse tarde demais.





                                      #surto
By Karoline Nunes...

Gatinhas quen surtou com TCA !
Euuuuuuuuuuuuuu
Agora vocês que são mais inteligentes que eu me respondam,o que a Blanda estava fazendo lá ela canta o que funk....aff pesteeeeeeeeeeeeeeee
Eu surtei com os momentos Jonato,para com a fofoca nemi não calavam a boca,estavam falando mal da Blanda kkkkkkkkkkk
Eo Joe cheio de graça pra Demi,num lero lero só,para com o abraço que ele deu na Demi e a cheirada que ele deu nel kkkkkkkk,quando a Demi foi bater na mão do Joe o Nick olhou p bunda dela kkkkk serio,esperanças Jemi renovadas,por foi justamente da amizade que nasceu o amor né...
Pena que depois eles todos foram jantar juntos Demi os Jonas pomba gira da beira do poste (Blanda) e encosto mal despachado (Wilmer) kkkkkkkkk volta pro mar oferendas...

Bom fofocas a parte eu tinha respondido comentário po comentário ai meu filho príncipe Pietro descobrio a tecla ESC ai já viu kkkkkkkk...Mais vou recompensar minhas princesas e princesos por isso,afinal bateram meu record de comentários...
OBRIGADA- Jujuba Lovato,Maricota,Minha doce nora Iza,Alessandrademi,Jéss!e senhorita Grey,Lelety e Iza namoral kkkkkkkkkkk...
Yes terá Niley...

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